Com o tempo, torna-se útil o conselho
Olá amigos! A historieta de hoje resume-se em mostrar a importância da 'ajuda', simultaneamente ao conselho. Poderá tardar muito qualquer atitude prestativa se for preterida¹ a 'ajuda' ao conselho.
¹ v. t.d. ir além de; superar, ultrapassar - t.d. desprezar (algo ou alguém), em prol de (outra coisa ou outrem) - t.d. deixar de lado; desprezar, rejeitar, menosprezar.
Também hoje, editarei um poema de Eugênio de Andrade, premiado poeta e escritor português e de como encaro o passado da vida. Dele aproveitamos as boas coisas e os dilemas... adeus
Eugénio de Andrade
Já gastamos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastamos tudo menos o silêncio.
Gastamos os olhos com o sal das lágrimas,
gastamos as mãos à força de as apertarmos,
gastamos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas;
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
È pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastamos as palavras.
Quando agora digo: meu amor
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Fonte: Antologia Breve de Eugénio de Andrade
107ª - O Banho do Rapaz
Um Rapaz que tomava banho num rio, estava em perigo de se afogar. Ele implorou para um viajante que passava, por ajuda. O viajante, em vez de oferecer-lhe auxílio, recusou-se terminantemente e ralhou com ele, pela sua imprudência. “Oh, senhor," chorou o moço, “... por favor, me ajude agora e me ralhe depois".
Moral:
"Aconselhamento sem ajuda é inútil.”
Um comentário:
Que poesia!!!!!!! Sniffffffff.....
Postar um comentário