sexta-feira, 31 de julho de 2009

XLII - O Pescador

Parte quidem felix nullus utraque fuit.
Felicidade completa não há.



Nossa saudação aos amigos do VADE MECUM. Outra das fábulas enigmáticas para hoje. Sem uma moral claramente definida pelo contador da história, esta fica a encargo do leitor, para num exercício intelectual, forjar a sentença. Para mim, fala sobre a 'inteligência emocional', quando o melhor é fazer o que mandam, quando mandam quem tem as posses. Danado não é mesmo? Bom raciocínio... Até amanhã.

XLII - O Pescador


Certa vez um Pescador levou sua flauta para a margem de um rio e tocou-a com a esperança de capturar peixes; mas não houve quem tirasse a boca fora da água. Assim, ele lançou a sua rede no rio e a puxou mais adiante, enchendo-a de peixes. Então ele apanhou novamente sua flauta e tocou-a. Os peixes começaram a pular dentro da rede. "Ah, agora vocês dançam quando toco", disse ele.

"Sim..." disse um Peixe mais velho:

"... quando você está em poder de um homem, você tem que fazer como ele manda".

quinta-feira, 30 de julho de 2009

XLI - O Homem e a Estátua de madeira


Fortuna extollet plus quam sapientia natos
A Sorte esbanja mais aos nascidos sábios


Bom dia prezados amigos! Hoje me deparei com a mais enigmática e misteriosa fábula, das tantas traduzidaas até aqui. Não contém nem mesmo uma moral, ficando ao cargo do leitor e ouvinte, a composição desta moral. No meu entender, uma sacudida no conformismo pode resultar em fortuna, ou seja, o inconformismo para uma situação agourenta, só terá solução com atitude. BOA LEITURA. Até amanhã...



XLI - O Homem e a Estátua de Madeira


Antigamente os homens costumavam idolatrar troncos e pedras como suas divindades, para obter deles a sorte. Aconteceu que um Homem havia rezado muitas vezes a um amuleto de madeira que havia recebido de seu pai, porém sua sorte não parecia mudar. Rezava e mais rezava, mas ainda permanecia tão azarado quanto antes. Um dia, com muita raiva foi até o talismã e com um safanão o tirou do seu pedestal, jogando-o ao chão. O ídolo de madeira se quebrou em dois pedaços e o que viu o homem? Incontáveis moedas de ouro voando por todos os lados

quarta-feira, 29 de julho de 2009

XL - O Cão na Manjedoura


Irritare canem noli dormire volentem.
Não acordes o cão, quando ele está dormindo
.


Salve prezados Leitores. Votos de um dia cheio de graça, que vem e que passa, ao doce balanço do cosmos. Hoje a fábula é sobre a incompreensão e intempestividade ¹, quando a ira explosiva sobrepassa a razão e a razão se afoga nas ondas da irracionalidade. Hoje é a lição sobre de como fevemos encarar a pessoa em estado insano ² e não acharmos estar ela com ciúmes - tal o boi pensa do cão - e ao mesmo tempo, aprendermos com o cão, sobre o que realmente querem os outros. Bela lição... Até amanhã.

1 que se produz, acontece ou chega numa ocasião impropícia; inoportuno, súbito, imprevisto

² que ou o que não está no domínio de suas faculdades mentais; louco, demente

XL - O Cão na Manjedoura

Um Cachorro aguardando seu cochilo de tarde pulou para dentro da Manjedoura de um Boi e se acomodou na palha. Mas logo o Boi, voltando de seu trabalho da tarde, foi até a Manjedoura e quis comer alguma palha. O Cachorro raivoso, por ser acordado de sua soneca, se levantou e latiu para o Boi tentando mordê-lo. Por fim o Boi abandonou a esperança de chegar à palha e foi murmurar lá fora:

"Ah, alguns frequentemente invejam outras pessoas, por não poderem se aproveitar tal como elas".

terça-feira, 28 de julho de 2009

XXXIX - O Lobo em pele de Ovelha


Lupus semper lupus, etiamsi purpura vestiatur
Ainda que vistas o lobo de seda, lobo ele sempre o será

Um excelente dia a todos. A fábula de hoje, confesso, eu a conhecia com outro final, com o lobo capturado e eliminado. Na versão que traduzi, ela se susta¹ num momento crucial, como avisando que SE as ovelhas ou o pastor não cuidarem, o bicho comerá todo o rebanho, impunemente. Não lhe parecem algofamiliar, dos dias atuais?

Até amanhã...


¹ v. t.d.int. e pron. fazer parar ou parar; suspender(-se), interromper(-se)


XXXIX - O Lobo em pele de Ovelha


Um Lobo encontrava grandes dificuldades para chegar a um rebanho de ovelhas, devido à vigilância do pastor e seus cães. Mas um dia achou uma pele de ovelha que havia sido esfolada e jogada fora. Assim, a vestiu por por cima da sua própria pele e se rastejou entre as ovelhas do rebanho. O Cordeiro, filhote da ovelha esfolada, cuja pele o Lobo vestia, começou a segui-lo; conduzindo o pequeno animal junto de si para um lugar retirado, logo abateu-o, alimentando-se. Com este ardil consegue sucesso, enganando a todos e desfrutando de ótimas refeições.


Moral:


"As aparências enganam".

segunda-feira, 27 de julho de 2009

XXXVIII - A Raposa e o Gato


Ille nihil dubitat qui nullam scientiam habet.
Nada duvida quem nada sabe.


Olá amigos deste blog! Votos de uma semana mais 'caliente', com menos geadas e 'negritudes queimantes' (gelo que rompe os vasos das seivas nas plantas). Ao menos, a gastronomia agradece esta reclusão, onde todos se refugiam ao redor de um fogo para se esquentar e aí... as panelas dançam, as frigideiras chiam, as chaleiras cantam, os fornos e bandejas ululam. Os talheres de pau ou metal, oscilam tais batutas orquestrais e os pratos vão surgindo... polenta, costela suína ao forno crestadas ao molho de soja, salada de maionese com atum, saladas de beterraba, alface, radicci... Agora sei porque a alta arte da culinária está nos países de invernos rigorosos. É a busca do 'quentinho' como desculpa...

Vamos à fábula de hoje. Quantas e quantas vezes ficamos a rebuscar no balaio de nossas mentes as fugas ou estratégias e ali nos perdemos dando chances aos cães nos alcançarem? Um só artifício e bem dominado é o suficiente. Qual? Cada um tem o seu. Descubra-o, desenvolva-o e curta-o. Bom início de semana com um até amanhã ...


XXXVIII - A Raposa e o Gato

Uma Raposa estava exibindo a um Gato, suas inteligentes estratégias para escapar de seus inimigos. "Eu tenho um balaio¹ inteiro de truques," ela disse “.., contendo uma centena de modos de escapar de meus inimigos".

"Eu tenho somente um jeito," disse o Gato; “... mas com ele, eu geralmente posso me safar de tudo" Naquele instante, ouviram os gritos dos cães de caça vindo e o Gato pulou imediatamente para cima de uma árvore e se escondeu nos ramos dela. “Este é meu jeito...," disse o Gato. “... o que vai você fazer?". A Raposa pensou primeiro num modo, então do outro e na medida em que se debatia na dúvida, os cães de caça chegavam mais e mais perto. Por fim a Raposa na sua confusão foi alcançada pelos cães e logo abatida pelos caçadores. O Gato que estava observando tudo disse:

"Melhor um só modo seguro do que uma centena que não se pode considerar".

¹ s.m. cesto grande feito de palha, taquara, bambu, cipó etc., us. para transporte ou para guardar objetos; patuá

sábado, 25 de julho de 2009

XXXVII - A Árvore e o Vime

Qua e supra nos, nihil ad nos.
O que está acima de nós não nos toca.


Bom dia !!! Hoje somos sobre-'viventes' de mais uma noite lancinante de frialdades...
Hoje a fábula abordará o choque entre o orgulho vão e insano (empáfia) e a inteligência emocional (poder de ceder). Enfrentamos este duelo vezes incontáveis em nossa vida e tanto mais aprazível ela será, quanto mais a segunda opção prevalecer. O fim da fábula nos mostra o que acontece... BOM FIM-DE-SEMANA A TODOS. Até segunda...

XXXVII - A Árvore e o Vime

“Bem, meu pequeno,” disse uma Árvore a um \vime que estava crescendo a lado do seu tronco, “... por que você não finca seu pé profundamente no solo e erga sua copa atrevidamente no ar, como faço eu?”.

"Eu estou contente com minha parte," disse o Vime;” Posso não ser tão importante, mas penso estar bem mais seguro assim”.

"Seguro!?" zombou a Árvore. "Quem me arrancará pelas raízes ou dobrará minha copa até o chão?". Mas logo se arrependeu de sua jactância¹, pois um furacão surgiu arrancando-a de suas raízes, lançando como um tronco inútil ao chão, enquanto o pequeno Vime se submetia à força do vento, para logo estar de pé novamente quando a tempestade se acabou.

Moral:

"Obscuridade traz muitas vezes a segurança".

¹ s.f. atitude de alguém que se manifesta com arrogância e tem alta opinião de si mesmo; vaidade, orgulho, arrogância

sexta-feira, 24 de julho de 2009

XXXVI - A Formiga e o Gafanhoto

Laborare est orare.
Trabalhar é orar.


Nossa saudação aos amigos! Mencionei dias atrás uma recordação - a de ouvir em disco LP - sobre A FORMIGA E A CIGARRA. Para minha surpresa, a fábula de hoje contém o mesmo teor, porém o personagem folgado é outro, o que não tira o prazer da leitura. Antes... nesta noite, um velho general-de-guerra desembainhou a espada e sob seu jugo¹, mostrou como ainda está vigoroso e por muito tempo, nos visitará. Seu nome? Sr. Inverno. Rabugento, ranzinza e costumaz². A fábula de hoje, mostra o lado duro deste general e sua cobrança letal³ por não precavê-lo. Amanhã voltaremos

¹ s.m. 1 peça de madeira assentada sobre a cabeça dos bois para atrelá-los a uma carroça ou arado; canga 2 p.ext. parelha de bois 3 fig.
sujeição imposta pela força.

² dj.2g - que ocorre com relativa freqüência, que é costumeiro; habitual, reincidente

³ adj.2g. 1 que se refere a morte ou o que a acarreta 2 fig. que danifica, que prejudica de modo irremediável; funesto, fatídico

XXXVI - A Formiga e o Gafanhoto


Em um campo, num dia de verão, um Gafanhoto estava saltando, enquanto gorjeava e cantava tudo o que lhe ia no coração. Uma Formiga passava por ali, enquanto carregava consigo e com grande labuta, um grão de milho, levando-o ao ninho.

"Por que não vem e conversa comigo,” disse o Gafanhoto, "em vez de tanto labutar e se cansar deste modo?”.

"Eu estou ajudando a armazenar comida para o inverno", disse a Formiga, "e recomendo que você faça o mesmo".

"Por que me preocupar com o inverno?" disse o Gafanhoto; “... nós temos bastante comida no momento".

Mas a Formiga seguiu em sua lida e continuou seu duro trabalho. Quando o inverno chegou, o Gafanhoto estava sem nenhuma comida e definhando* de fome, enquanto observava as formigas distribuindo diariamente, grãos de milho, do depósito onde haviam guardado durante o verão. Então, o Gafanhoto soube que :


"É melhor preparar-se para os dias de necessidade".



* v. 1 t.d. e pron. fazer perder ou perder as forças; debilitar(-se), extenuar(-se) 2 int. tornar-se paulatinamente fraco, magro, abatido; emagrecer

quinta-feira, 23 de julho de 2009

XXXV - O Leão e a Estátua

Audacem vitreumque eadem vas terminat aetas.
Homem atrevido dura como vaso de vidro.

Olá pessoal amigo! Mais uma fábula para hoje. Notaram como 600 anos AC (Antes de Cristo),a humanidade já vivia suas mazelas¹? E que não tínhamos sociedades regidas por sistemas (capitalismo, socialismo, comunismo, etc.etc.). Mas já era notório² o uso de máscaras para disfarçar a sordidez³, pois Esopo alertava na moral desta historieta de hoje: tudo pode ser representado conforme desejarmos. Alguém, um dia, inventou a inversão de importâncias, criando um bordão incrível: "qualidade de vida". Experimentem inverter a frase, assim: 'vida com qualidade". Qual a mais importante, vida ou qualidade? Na fábula aprendemos que podemos representar como quisermos as coisas e eis aí, um exemplo da deturpação alcançada com o jogo de palavras. BOM DIVERTIMENTO. Amanhã tem mais.

¹ s.f.1 falha moral, mácula na reputação; estigma, labéu

² adj.1 amplamente conhecido; sabido 2 que se mostra evidente; manifesto, público

³ s.f.característica ou estado do que é sórdido 1 grande sujeira; imundície 2 p.metf. ambiente de degeneração moral

* palavra, expressão ou frase que um indivíduo repete viciosamente ao falar ou escrever 4.1 p.ext. rád tv B palavra, expressão ou frase repetida por um personagem ou apresentador para obter um efeito cômico ou emocional


XXXV - O Leão e a Estátua

Um Homem e um Leão estavam discutindo a força relativa entre os homens e os leões. O Homem debatia que ele e os seus companheiros eram mais fortes do que os leões, por causa de suas maiores inteligências. “Venha comigo agora,” ele bradou “... e logo provarei que tenho razão”. Assim ele o levou aos jardins públicos e lhe mostrou uma estátua de Hercules, superando o Leão e rasgando sua boca em duas partes.

“Está tudo muito bem," disse o Leão, “... mas isto não prova nada, pois quem fez a estatua foi um homem”.

Moral:

"Podemos representar facilmente as coisas, tal como desejamos que elas sejam".

quarta-feira, 22 de julho de 2009

XXXIV - A Raposa e o Leão

Communiter neglegitur, quod communiter agitur.
A coisa comum negligenciada é o pior do inferior.

Nossa cordial saudação, apesar da chuva intensa e o prenúncio* de muito frio vindo por aí.
Seríamos todos 'raposas' a desprezar as coisas bastantes 'familiares'? Não no sentido de 'família', mas no sentido de 'comum'? Pois tal como o leão, tais coisas podem revelar um lado muito instintivo e atacar-nos. Esta fábula é sinopse** da verdade que vivenciamos no cotidiano***.

Antes da transcrição, vale aqui agradecer elogios da Sra.Mô, imerecidos, lembrando que este trabalho é para as crianças, sem esconder ou solapar a vida e suas nuances, daí o 'glossário', aliás, adotada por sugestão dela. ATÉ AMANHÃ...

*s.m. aquilo que precede e anuncia, por indícios, um acontecimento ¤ etim regr. de prenunciar;

**s.f. 1 visão geral, golpe de vista lançado sobre o todo de uma ciência, de um objeto de ensino ou de pesquisa 2 relato breve; síntese, sumário 3 resumo de uma teoria, ciência, doutrina etc.; compêndio

***adj. (sXIII cf. IVPM) 1 que acontece diariamente; que é comum a todos os dias; diário 2 p.ext. que é comum; banal


XXXIV - A Raposa e o Leão

Na primeira vez que a Raposa viu o Leão, ficou tremendamente amedrontada e correu a se esconder na mata. Na vez seguinte porém, ela veio para perto do Rei das Feras, parando a uma distância segura, contemplando-o a passar. Na terceira vez em que eles se aproximaram, a Raposa veio diretamente a ele e passaram uma parte do dia juntos, enquanto ocasionalmente lhe perguntava como ia a família e quando teria o prazer do vê-lo novamente; ao fim do encontro, abanando a cauda de forma acintosa*, afastou-se sem qualquer cerimônia.

Moral:

"Familiaridade alimenta o desprezo"

*adj. 1 em que há ou que envolve acinte 2 mal-intencionado; malévolo 3 que causa aborrecimentos; apoquentador, teimoso, pertinaz

terça-feira, 21 de julho de 2009

XXXIII - O Pavão e Juno

Propria laus sordet.
Louvor em boca própria é vitupério*.


Olá amigos! Nossas cordiais saudações. Hoje veremos o domínio de um complexo de superioridade pela simples ordem de que ninguém é superior a ninguuém.BOA LEITURA. Até amanhã.

XXXIII - O Pavão e Juno**

Certa vez, o Pavão fez uma petição ante Juno desejando ter a voz de um rouxinol, além de já possuir as outras atrações; mas Juno recusou o seu pedido. Quando o Pavão insistiu, ressaltando que ser o seu pássaro favorito, Juno disse:

"Esteja contente com sua cota; ninguém pode ser primeiro em tudo".

*s.m. 1 ato ou efeito de vituperar, vituperação 2 palavra, atitude ou gesto que tem o poder de ofender a dignidade ou a honra de alguém; afronta, insulto.

**Juno ou Juno Lucina, também conhecida como Hera na mitologia grega é a esposa de Júpiter e rainha dos deuses. É representada pelo pavão, sua ave favorita. Íris era sua servente e mensageira.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

XXXII - O Cavalo, o Caçador e o Veado


Homo proponit, sed Deus disponit.
O homem põe e Deus dispõe.

Bem-vindos! Votos de uma ótima nova semana. A fábula de hoje é de profunda reflexão. O Cavalo (nós mesmos) busca ajuda do Caçador (normas comportamentais) para vencer o Veado (vicissitudes* da vida). Qual o custo deste acordo? Não seria melhor pacificarmos os embates e em harmonia, vivermos mais livres? Belo questionamento, não é mesmo? BOM DIVERTIMENTO. Até amanhã


*s.f 1 sucessão de mudanças ou de alternâncias 2 seqüência de coisas que se sucedem 2.1 variação decorrente de tais mudanças


XXXII - O Cavalo, o Caçador e o Veado.


Havia surgido uma séria rixa entre o Cavalo e o Veado, assim o Cavalo foi até ao Caçador pedir sua ajuda para vencê-lo. O Caçador concordou, mas disse: “Se você desejar derrotar o Veado, deve me permitir colocar este pedaço de ferro entre tuas mandíbulas, de forma que eu possa te guiar com estas rédeas e me permita colocar esta sela em tuas costas de modo que eu possa me manter firme em ti, para seguirmos depois o nosso inimigo". O Cavalo aceitou as condições e o Caçador logo pôs a sela e o bridou**. Então, com a ajuda do Caçador o Cavalo logo venceu o Veado, dizendo ao Caçador: "Agora, desça e remova essas coisas de minha boca e das costas".

"Não tão rápido amigo," disse o Caçador. "Eu o tenho sob comando agora, debaixo de minhas esporas e prefiro mantê-lo assim no momento”.


Moral:

"Se permitires aos homens o uso para seu próprio propósito, eles os usarão para os deles".ou, numa interpretação nossa: "Se usares a norma para teu propósito, ela te manietará***".


**v. 1 t.d. pôr brida ou freio em; embridar, enfrear 2 t.d. p.metf. restringir, coibir, refrear

***1 t.d.bit. amarrar as mãos de (alguém) [em] 2 t.d. tolher os movimentos de; deter, imobilizar, prender

sábado, 18 de julho de 2009

XXXI - A Raposa e o Cacho de Uvas


Vulpes pilum mutat, non mores.
A raposa muda de pele, mas não de manha.

Antes,desejos de um sábado feliz aos nossos amigos!
Hoje é a vez de uma das mais conhecidas - se não a mais - fábulas deste mestre contador de historietas.
Todos temos esta raposa dentro de nós. É conclusivo. Quantas vezes empinamos o nariz e refugamos uma ação mais positiva? Ir buscar uma escada, procurar um galho com cachos mais baixinho ou subir no barranco? NÃO IMPORTA - BASTA SER UMA SOLUÇÃO PARA MITIGAR A SEDE -.
Nossa capacidade de menosprezar o inalcançável é medonha. O caminho da fuga e da crítica parece delicioso e que mata a sede, quando é o contrário, pois mais adiante, pereceremos secos e esturricados em nossas almas. Raciocinar em busca das alternativas é a lição desta fábula fabulosa, pois reparem: o moral da história aponta apenas o efeito de nossa mazela, não apontando a solução que seria a de buscarmos sempre a alternativa ao dilema, mudando de manha. BOA LEITURA. Até segunda

XXXI - A Raposa e O Cacho de Uvas

Certo dia de verão muito quente, a Raposa estava passeando pelo pomar quando viu um belo cacho de uva recém amadurecido, na videira plantada sobre um alto barranco. "Há pouca coisa para matar minha sede e isto servirá" murmurou ela. Recuando alguns passos, ela deu uma corrida e com um salto por pouco não acertou o bote. Virando-se em volta, insistiu com um, dois e três saltos para cima, sem maior sucesso. Repetidas vezes tentou novamente alcançar aquele bocado tentador, até que, finalmente, teve que deixá-lo, indo embora. Com o seu nariz empinado, concluiu: "Eu estou certa de que as uvas ainda estão azedas".

Moral:

"É fácil menosprezar o que não pode ser alcançado".

sexta-feira, 17 de julho de 2009

XXX - O Cervo no Estábulo

Dominus vidit plurimum in rebus suis.
O olho do dono faz mais que as mãos.

Nossa costumeira boas-vindas a todos. Hoje a fábula nos mostra como a sagacidade de quem é o dono deve imperar. Ninguém faz melhor o 'próprio existir', senão o próprio 'eu'.

Vários leitores e opinadores deste blog, têm exagerado nos elogios ao trabalho. Agradecemos sensibilizados. Hoje é a XXX fábula e do livro que estou traduzindo, restam outras dezenas. Confio que as pesquisas dos provérbios e das imagens, não se esgotem. Amanhã retornaremos... BOA LEITURA.


XXX - O Cervo no Estábulo


Um Cervo perseguido ferozmente pelos cães de caça, procurou refúgio num estábulo e se escondeu num monte de feno, não deixando nada fora para ser visto, a não ser as pontas dos seus chifres. Breve os Caçadores chegaram e perguntaram se alguém tinha visto o Cervo. Os rapazes do curral que tinham estado descansando depois do jantar, olharam em volta, mas nada viam e assim os Caçadores foram embora. Em seguida, o patrão entrou e olhando em volta, viu que algo incomum tinha acontecido. Ele apontou ao monte de feno e disse: "O que são estas duas coisas curiosas no feno?" E quando os rapazes vieram olhar, descobriram o Cervo. Este foi o fim dele. Assim se aprende que nada escapa ao olho do patrão.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Fábulas de Esopo contadas


Dulcia non novit, qui non gustavit amara.
Quem não sabe do mal, não sabe do bem.


Bom dia amigos! Massa de ar polar traz reminiscências de uma infância saudável, onde uma xícara de café preto com uma fatia de pão caseiro, lambuzada de uvada (Ô redundância mágica) compensava qualquer desconforto. Vamos ao que interessa.

Hoje farei um hiato nas edições das fábulas, mesmo tendo uma dezena já pronta. O motivo é muito especial e voces todos pertencem ao projeto.
Temos um convite, eu e o Matheus, orquestrador tecnológico indispensável (são vários os passos do processo) e com a maior satisfação. As fábulas, paulatinamente serão digitalizadas fonograficamente e a primeira - O GALO E A PÉROLA - já está no ar. Este é o chamado. Vá até o blog do mesmo título da fábula e no fim do texto, há um ícone de 'play'. Clique e aguarde alguns segundos (o arquivo está hospedado no exterior) e curta o conto.
O teatro medieval surgirá em suas mentes. Voe com a imaginação e libere o magnetismo mental, pois fará muito bem à alma. Meu recado estende-se também para àqueles que têm crianças em idade pré-escolar ou pré-alfabetização em suas relações. Convide-as a ouvir. O texto fica ali na tela, junto com a narrativa, despertando a curiosidade para com a escrita. Reparem no sorriso ou no brilho dos olhos delas. Fizemos - o Matheus e eu - esta tentativa, com este objetivo, alegrar e divertir, ensinar e alertar.
O filme O LEITOR deu sua contribuição para esta faísca, acrescido ao fato de que em minha infância, nada marcou mais do que ouvir o conto A CIGARRA E A FORMIGA em 'bolachão 33.¹/³ rpm'. A imaginação disparava e o ímã da cultura era ativado naturalmente.
Amanhã retornaremos com a seqüência dos apólogos esopianos. BOM DIVERTIMENTO

quarta-feira, 15 de julho de 2009

XXIX - A Barriga e os Membros do Corpo

Labor (improbus) omnia vincit.
O trabalho tudo vence.

Oi pessoal amigo! Antes, as boas-vindas à nova seguidora NTSoares, que nos honra com sua presença.

Esta fábula, confesso, não a conhecia. Mas já previa séculos antes de nossa era, o papel de cada um no convívio. Bom saber que luminares sempre existiram e certamente com papéis fundamentais em nossa evolução como raça. BOM PROVEITO...

Amanhã tem mais.


XXIX - A Barriga e os Membros do Corpo

Ocorreu num belo dia que os Membros do Corpo observaram estar fazendo todo o trabalho pesado, enquanto a Barriga estava ganhando toda a comida. Assim eles convocaram uma reunião e depois de longas discussões decidiram parar de trabalhar, até que a Barriga consentisse fazer sua parte das tarefas. Assim por um ou dois dias, as Mãos se recusaram levar a comida; a Boca se recusou a recebê-la; os Dentes não tiveram nenhum trabalho para fazer. Mas depois de um tempo, os Membros do Corpo começaram a achar que não estavam mais em condições de atividade: as Mãos já não se moviam mais, a Boca estava toda rachada e seca, enquanto as Pernas não podiam mais suportar o peso. Tanto assim que acharam até mesmo, ser a Barriga em seu modo quieto e estúpido, uma trabalhadora necessária para o Corpo e que todos deveriam trabalhar juntos ou o Corpo iria ficar em pedaços.

MORAL:


“Todos somos membros de um vasto corpo chamado sociedade”.

terça-feira, 14 de julho de 2009

XXVIII - O Cachorro e o Lobo

Liber inops servo divite felicior.
Antes pobre sossegado que rico atrapalhado.

Bem-vindos meus caros amigos. A fábula de hoje é mestra, pois nos aponta algo muito anímico, ou seja, da alma. Não podemos condenar o cachorro, muito menos o lobo, pois ambos respeitam suas 'índoles'*. Aliás, nossa sociedade anda doente por não saber identificar a relação da 'índole' com a necessidade de sobrevivência de cada um. Temos duas irmãs inseparáveis em nossa existêmcia, mas nunca andam juntas: a Felicidade e a Infelicidade. Ambas só aparecem quando nossa 'índole' é respeitada ou sufocada. Bela lição... BOA LEITURA
* índole
[Do lat. indole.]
Substantivo feminino.

1.
Propensão natural; tendência característica; temperamento:
É bondoso por índole;


XXVIII - O Cachorro e o Lobo

Um Lobo magro estava quase morrendo de fome quando aconteceu conhecer um Cachorro doméstico que estava passando por ali. "Ah, Primo," disse o Cachorro. "Eu sei como vai ser; tua vida irregular será logo a tua ruína. Por que não trabalhas continuamente como eu faço e ganhas tua comida, dada regularmente para ti”?

"Eu não teria nenhuma objeção,” disse o Lobo, "se eu pudesse ter um lugar".

"Eu facilmente conseguirei isto para ti,” disse o Cachorro; "venha comigo até meu patrão e tu compartilharás meu trabalho".

Assim o Lobo e o Cachorro foram juntos para a cidade. Já no caminho o Lobo notou que o pelo do Cachorro estava ralo em certa parte do pescoço e assim lhe perguntou como isso tinha ocorrido.

"Oh, não é nada," disse o Cachorro. “Isso é apenas onde a coleira é colocada para me manter preso à noite; esfola um pouco, mas todos se acostumam logo a isto”. O Lobo
replicou; "Isto é tudo? Então adeus para você, Mestre Cão".

"Melhor sofrer fome livre do que ser escravo gordo".

segunda-feira, 13 de julho de 2009

XXVII - O Homem e a Floresta

Leve aes alienum debitorem fácit, grave inimicum.
Quem empresta a um amigo cobra a um inimigo.


Bom dia gente amiga! Quando as águas do rio de nossas vidas tornam-se turbulentas e traiçoeiras, só há uma alternativa, vir para a margem e esperar tudo se acalmar. Lutar contra a correnteza só tem um resultado: soçobrar. Prever o preconceito, a mesquinharia ou a prepotência e fugir da escravidão, da mediocridade ou do lugar comum. A inteligência nos foi dada para usar seus atributos e certamente é o que diferenciará nossa passagem pela vida. Este meu trabalho, - melhor ainda, diversão - sobre as fábulas se justificará plenamente quando, apenas uma criança ou adolescente, - quem sabe um adulto -, trocar seu impulso instintivo pelo saber de um tirocínio. Até amanhã e BOA LEITURA...


XXVII - O Homem e a Floresta


Certo dia um Homem entrou na Floresta, com o machado em sua mão, implorando para as Árvores lhe dar uns galhos pequenos, os quais queria para um propósito particular. As Árvores foram gentis e lhe deram alguns de seus galhos. O que fez o Homem? Com alguns deles, consertou o cabo e fixou a lâmina do machado, iniciando o trabalho, derrubando árvore após árvore. Foi então que as Árvores viram como tinham sido tolas, dando ao seu inimigo os meios para serem destruídas.


Moral:


"Quem trata com inimigos, castiga-se duplamente".

sábado, 11 de julho de 2009

XXVI - A Serpente e a Lima de Ferro

Nihil consciri sibi, nulla pallescere culpa.

Não o faças e não o temas.

Bom sábado a todos. Com o intuito de informá-los, de como acessar aos títulos das fábulas e blogs aqui editados, esclareço que ao clicar sobre um pequeno triângulo negro, apontado para a data, abrem-se verticalmente todos títulos daquele mes. Um novo clique ali, recolherá as menções. Fica prático o acesso e enxuga o conteúdo das fábulas editadas. Um ótimo fim-de-semana e até segunda...

XXVI - A Serpente e a Lima de ferro

Uma Serpente no curso de suas andanças entrou na tenda de um armarinho. Como ela se arrastava pelo chão, sentiu sua pele picada por uma lima de ferro que estava ali. Com muita raiva ela se virou e tentou picá-la com suas presas; mas logo viu que não poderia fazer nenhum mal ao pesado objeto, tratando de logo se acalmar.

Moral:

"É um ataque inútil, quando visamos o insensível."

sexta-feira, 10 de julho de 2009

XXV - O Cervo e o Caçador

Ne quid nimis.
Toda sobra é demasia.



Olá gente amiga! Bem-vindos ao nosso espaço virtual, onde as leituras e visões sobre fábulas, podem ser absorvidas. Tenho observado ser este um ótimo exercício existencial. Hoje veremos como pode ser fatal dedicarmos atenção e honras, apenas ao estético. Mais uma vez Esopo nos mostra esta faceta oersonalística e suas conseqüências. Amanhã voltaremos...Saudações.


XXV - O Cervo e o Caçador


Certa vez um Cervo estava bebendo água em uma poça, admirando sua figura nobre que ostentava no reflexo das águas. - “Ah,” disse ele,” onde se poderiam ver tais chifres, nobres como estes? Com tais chifres eu desejaria ter pernas mais fortes para agüentar tamanha coroa; É uma pena elas serem tão esbeltas e leves”. Naquele instante se aproximou um Caçador e lançou uma seta que assobiou perto. Saltando longe agilmente com a ajuda de suas pernas esguias, ficou fora da vista do Caçador; mas não notando aonde ia, ele passou por debaixo de algumas árvores com galhos baixos, nos quais os seus chifres ficaram presos, de forma que o Caçador teve tempo para surgir. “Ai! Ai!” chorou o Cervo:


"Sempre menosprezamos o que nos é muito útil", e na recíproca,

"Sempre superestimamos o que nos é fútil".

quinta-feira, 9 de julho de 2009

XXIV - O Morcego, os Pássaros e as Feras


Excusatio non petita, accusatio manifesta.
Quem se escusa, se acusa.

Oi a todos! Gratos aos elogios. Imerecidos por certo. Hoje a fábula toca na 'dissimulação' dos seres e como as anteriores ou futuras historietas, coloca nossas mazelas em xeque, nos obrigando ao constante aperfeiçoamento existencial. BOA LEITURA...


XXIV - O Morcego, os Pássaros, e as Feras

Um grande conflito estava pronto a acontecer entre os Pássaros e as Feras. Quando os dois exércitos se defrontaram, o Morcego hesitou com qual se unir. Os Pássaros que passaram por seu poleiro disseram: “Venha conosco!”; ao que ele disse: "Eu sou uma Fera.". Mais tarde, algumas Feras que estavam passando por debaixo dele observaram e disseram: "Venha conosco!"; mas ele replicou: "Eu sou um Pássaro!". Afortunadamente, a paz foi feita à última hora e nenhuma batalha aconteceu. Assim o Morcego veio até os Pássaros e desejou se unir nas festividades, mas todos se voltaram contra ele, expulsando-o. Ele foi então para as Feras, mas logo bateu em retirada ou então elas o teriam rasgado em pedaços. “Ah...” disse o Morcego, “... eu vejo agora..."

“Quem não é nem uma coisa, nem outra, não têm amigos”.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

XXIII - Androcles

Gratia gratiam parit.
Gentileza gera gentileza.


Bom dia amigos leitores. Hoje o enfoque é a 'gratidão', muito bem contada nesta fábula que toca o sentimento de 'trocas'.

Um abraço a todos.

XXIII - Androcles


Um escravo chamado Androcles, certa vez escapou de seu patrão e fugiu para a floresta. Vagando por lá, descobriu um Leão que deitado estava a gemer. No princípio, ele se virou para fugir, mas vendo que o Leão não o perseguiu, retrocedeu e foi até ele. Quando chegou perto, o Leão lhe mostrou a pata que estava inchada e sangrando. Androcles encontrou ali, um enorme espinho, responsável por isto, causando-lhe toda dor. Tirou-lhe o espinho e libertou a pata do Leão deste transtorno. Logo o Leão pôde se erguer e lamber a mão de Androcles, tal um cachorro. Então o Leão levou Androcles para a sua caverna e por um tempo, diariamente, trazia carne para ambos sobreviverem. Mas, logo depois foram capturados, Androcles e o Leão. O escravo foi condenado a ser lançado ao Leão, depois que o mesmo ficasse vários dias sem comer. O Imperador e todo seu Tribunal, vieram assistir ao espetáculo, onde Androcles foi conduzido para o meio da arena. Logo o Leão foi solto da sua jaula e apressadamente saltou rugindo até a vítima. Mas assim que chegou perto de Androcles, ele reconheceu o amigo,parou e ficou lambendo as suas mãos, como um cachorro amigo. O Imperador, surpreso com isto, chamou Androcles para perto de si, quando este lhe contou toda história. Pelo que o escravo foi perdoado e libertado, com o Leão voltando livre para sua floresta nativa.

Moral:

"Gratidão é o sinal das almas nobres".

terça-feira, 7 de julho de 2009

XXII - A Rã e o Boi

Elephantem ex musca facere.
Fazer de uma mosca, um elefante.


Apesar da chuva intensa e do frio que se aprochega, nossa cordial saudação. Tal como a fábula de ontem, esta foca a 'vaidade' como tema. BOA LEITURA. Amanhã tem mais...


XXII - A Rã e o Boi


“Oh pai," disse uma pequena Rã à maior sentada ao seu lado, perto de uma poça d'água. "Eu vi algo tão grande quanto uma montanha, com chifres em sua cabeça e um longo rabo, tendo ainda as patas divididas em duas”.

"Arre criança, ora,” disse a velha Rã, "era apenas o Boi do Fazendeiro. “Não é tão grande assim; ele pode ser um pouco mais alto que eu, mas eu posso facilmente me tornar grande como ele; queres ver”?". Assim ela estufou o peito e foi inchando ao máximo. "Ele é tão grande quanto isso?" perguntou.

“Oh, muito maior que isto” disse a Rã mais jovem.

Novamente a velha Rã estufou-se e perguntou à jovem se o Boi era maior.

“Maior, pai, maior,” foi a resposta.

Assim a Rã tomou uma respiração profunda e estufou-se triplamente, Então disse: “Estou segura que o Boi não é tão grande com eu." Neste momento estourou num fragor...

"A vaidade própria pode levar à própria destruição".

segunda-feira, 6 de julho de 2009

XXI - A Gralha e os Pavões

Barba non facit philosophum.
A barba não faz o filósofo.



Alô pessoal! Hoje a fábula XXI, onde a vaidade é exposta e ridicularizada. Creio até mesmo ser esta fábula, raiz do ditado: O hábito não faz o monge". Ligar o 'desconfiômetro' será sinal de sabedoria. Do pó viemos, ao pó voltaremos... nada mais certo né mesmo? BOM DIVERTIMENTO.


XXI - A Gralha e os Pavões


Uma Gralha que se aventurava num quintal onde os Pavões costumavam caminhar, achou várias penas que tinham caído lá, quando da muda. Ela amarrou-as em seu rabo e as montou como se fosse um Pavão. Quando chegou perto deles, os mesmos logo descobriram a farsa, avançando até ela. a bicando e arrancando fora as plumas tomadas emprestadas. Assim a Gralha sem poder fazer nada melhor, voltou para junto das outras gralhas, que tinham assistido de longe o seu comportamento; mas elas também estavam igualmente aborrecidas com ela e lhe disseram:


“Não são só penas boas que fazem bons pássaros”. (Moral)

sábado, 4 de julho de 2009

XX - A Raposa e a Máscara - 'Minestrone'

Ars longa, vita brevis.
Longa é a arte, curta a vida.


Hoje, sábado friorento, a piloto-mor Deni comandou "the kitchen". O minestrone - com feijão branco-rajado recém colhido (juro tamanho de bola de gude), bacon, ponta-de-peito tostada em farinha, alho, cebola, batata, repolho, chuchu, tomate pelado, couve, abóbora, parmesão... e pressão de 1 hora,coroado com cabelo-de-anjo e pão torrado - ressuscitou metade da colônia italiana. E de sobremesa... ambrosia, mais parecida com mascarpone do que outra coisa. Acho terei que me reciclar... a mão feminina tem mais domínio sobre a batuta gastronômica. O RESTO É CONVERSA MOLE...
Reanimado, vamos a fábula de hoje. BOM DIVERTIMENTO...

XX - A Raposa e a Máscara


Uma Raposa deu algum jeito e entrou na sala de adornos de um teatro. De repente observou um rosto Onde

e a luz batia nele, ficando muito, muito amedrontada; mas olhando mais de perto, achou ser apenas uma Máscara, destas que os atores usam para pôr quando em cena. “Ah...” disse a Raposa,” você parece muito bonita; é uma pena que você não ganhou nenhum cérebro".

Moral:

"A aparência externa é uma pobre substituta para o valor interno."


sexta-feira, 3 de julho de 2009

XIX - A Raposa e a Cegonha

Quae enim seminaverit homo, haec et metet.
Cada um colhe conforme semeia.

Olá companheiros de viagem. Saudações. Hoje veremos sobre a 'dissimulação', arma malvada dos pobres de espírito. Refletir sobre isso, significará a busca da pacificação. BOM PROVEITO.

XIX - A Raposa e a Cegonha

Uma época a Raposa e a Cegonha viviam em condições de amigas e se visitavam amiúde e pareciam ótimas companheiras. Certo dia a Raposa convidou a Cegonha para jantar e por brincadeira pôs diante dela um pouco de sopa num prato muito raso. Neste tipo de prato a Raposa podia beber facilmente, mas a Cegonha só podia molhar a extremidade do seu longo bico e deixou a comida, tão faminta quanto quando começou. “Eu sinto muito," disse a Raposa, "a sopa não é a sua comida preferida".

"Por favor, não se desculpe," disse a Cegonha. "Eu espero que você devolva esta visita e venha jantar em breve comigo". Assim no dia designado, quando a Raposa foi visitar a Cegonha, estavam elas sentadas à mesa e todo o jantar consistia num jarro muito longo, de boca estreita, onde a Raposa sequer conseguia colocar a boca na comida, apenas lambendo seu exterior.

"Eu não me desculparei pelo jantar,” disse a Cegonha e completou:

"Um mau momento merece outro em retribuição".

quinta-feira, 2 de julho de 2009

XVIII - O Homem Calvo e a Mosca

Mens, ratio et consilium in senibus est.
Se queres um bom conselho, pede ao homem velho.

Olá companheiros de jornada. Depois de um cafezinho preto, extra-forte e recém feito, qual é a alma que não se anima? UM GOLE PRÁ TIA SANTINA... O aroma ainda flutua pela casa, agarrando-se às paredes e subindo as escadas. Gente... "chose du fou"...
Vamos à fábula de hoje, mas antes quero partilhar com vocês meu achado... "A Ilha do Tesouro", no original, clássico de Robert Louis Stevenson, cujo enredo, me recordo como quando o li pela primeira vêz. Genial contador de história este autor... aliás dele também é Dr.Jekyl...
Vamos ao Esopo.

XVIII - O Homem Calvo e a Mosca


Havia um Homem Calvo que estava sentado descansando após o trabalho, num dia quente de verão. Uma Mosca surgiu e se manteve zunindo sobre sua cabeça calva, picando-o de vez em quando. O Homem espantava o pequeno inimigo com tapas, mas as palmas iam diretas a sua cabeça; e continuamente assim, a Mosca o atormentava sem parar, mas ele, sabiamente refletiu: “Quando eu acertar apenas um tapa, você pagará pelas incomodações antigas e recentes...”.


Moral:

“Se tomarmos conhecimento de inimigos desprezíveis, só haverá prejuízos".


quarta-feira, 1 de julho de 2009

XVII - O Lenhador e a Serpente

Male facere qui vult, nunquam non causam invenit.
Quem faz o mal, não lhe falta pretexto.


Olá amigos! Na fábula VI,O HOMEM E A SERPENTE, lidávamos com a dor da perda e o perdão,assuntos que não se coadunam. Com a mesma SERPENTE, hoje veremos a ingratidão, bem presente em nossas vidas cotidianas. BOA LEITURA. Um abraço e até amanhã.

XVII - O Lenhador e a Serpente

Um dia hibernal quando um lenhador estava saindo casa para o seu trabalho viu algo preto deitado na neve. Quando chegou mais perto viu ser uma Serpente, como morta. Mas a apanhou e a pôs no seu peito para aquecê-la, enquanto retornava apressadamente à casa. Assim que pudesse a deitaria sobre o forno, em lugar aquecido. As crianças da casa assistiram isto e viram o ser inanimado ressuscitar lentamente. Então uma delas se inclinou para golpeá-la, mas a Serpente de pronto ergueu sua cabeça e mostrou as presas, estando a ponto de picá-la. O Lenhador agarrou o seu machado e com um golpe certeiro cortou a Serpente em duas. " Ah... " disse ele,

"Nenhuma gratidão vem da malvadeza ".