segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

168ª - O Caçador e o Lobo - prosa Ficção

Avarum irritat, non satiat, pecunia
A cobiça não se farta


Bom dia amigos! Ótimo início de semana. A fábula de hoje nos mostra exemplos da ganância e da avareza sendo castigadas. A moral deste conto nos remete ao infrutífero destes modos. Esopo e seus seguidores foram exímios nas lições.

Hoje também, cometerei um sacrilégio, mas quem não tenta peca por omissão. Sou apaixonado por narrativas como as de J.Steinbeck (As Vinhas da Ira), Truman Capote (A Sangue-frio) ou J.Grishman (The Chamber, Tempo de Matar, Dossiê Pelicano). Ficção não é meu caminho, mas não resisti a um pensamento sobre como a eterna busca da imortalidade e, nesta procura que tipo de questões podem surgir.

Uma novela de ficção em dois atos.

A humanidade estava eufórica. Depois de dezenas de anos, finalmente, o objetivo fora alcançado – a inteligência artificial – agora a máquina podia ‘pensar’. O teste seria realizado naquela tarde de verão e o ano: 2150. Os cientistas tinham recém descoberto como flutuar aleatoriamente os eflúvios eletromagnéticos no interior de processadores de altíssima velocidade. Qualquer obra de qualquer autor reconhecido ou trabalhos de cientistas renomados poderiam ser digeridos pelos teclados de vários computadores e a linha de pensamento recriada, dando nova existência às mentes iluminadas. O 'pensar' de quem já existira ganharia nova vida. O escolhido para o teste final deste feito fora Einstein. Todos os seus trabalhos estavam inseridos na máquina. Cada palavra dita por ele, cada hipótese, cada teoria esmiuçada em detalhes, alicerçavam a experiência.

Ali no anfiteatro, centenas de mestres-cientistas aguardavam ansiosas. O mundo inteiro estava conectado em rede com o fato. As luzes piscavam freneticamente no painel. O silêncio era absoluto. Então a máquina falou;

“Quero um sorvete! – Como sentirei o gosto de um sorvete?”.


168ª - O Caçador e o Lobo

Um Caçador ganancioso certo dia caçou um bom Cervo e antes que pudesse carregá-lo, uma bonita Corça surgiu na trilha e com uma seta, abateu-a. Um Javali passou neste instante por ali e o Caçador feriu-o também, de modo que o derrubou ao chão, como se morto. Não satisfeito com este jogo, o Caçador saiu à procura de uma Perdiz que piava proximamente, e quando estava fazendo isto, o Javali ferido recuperou-se o suficiente para pular nele e o matar. Um Lobo chegou à trilha e vendo os quatro corpos mortos, disse: "Aqui tem comida para um mês; mas pegarei o mais valioso e estarei contente hoje com o arco e a seta". Mas quando agarrou a arma, soltou a seta fixa que o atravessou no coração.

Moral:

"O homem ganancioso e o avarento não podem desfrutar de seus ganhos".

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei muito da "muito grande pequena" novela! Acho que Einstein gostaria também!

vade mecum disse...

Prezado Jackson! Você sempre gentil e cavalheiro. Agradeço a mençãoe sigamos em frente que aí vem gente...!