terça-feira, 12 de janeiro de 2010

163ª - A Galinha e a Andorinha - 'Volver' de C Gardel

In periculo non est dormiendum
Quem tem inimigo não dorme


Olá amigos e amigas leitores(as). A fábula de hoje retrata mais uma vez, o 'dormir com o inimigo'm tema observado em muitas oportunidades neste mundo esopiano. Cuidemo-nos!


ESSES OLHOS VIRAM...


...o tempo em que à noite, duas ou três estações radiofônicas eram sintonizadas nos receptores. Em noites de tempo bom, a Rádio El Mundo de Buenos Aires era nossa preferida, quer pelo som de uma língua estrangeira, quer pela freqüência das músicas tocadas, principalmente os tangos. Carlos Gardel era uma constante e nos deliciávamos com as tragédias custosamente entendidas. Havia um tango, Volver, espécie de hino às lembranças dos ‘hermanos’, como se a letra pudesse trazê-lo de volta. Fiz a tradução da letra para o blog e a curiosidade de quem quiser ler. A poesia é profunda, tal como as canções de Piaff – aliás, os dois eram franceses -, Recomendo ouvir este tango, é lindo.



Volver (Voltar) - Carlos Gardel
 
Eu pressinto as piscadelas
das luzes que ao longe
vão marcando minha volta.
São as mesmas que iluminaram
com seus pálidos reflexos
profundas horas de dor.
 
E ainda que não queira o regresso
sempre se volta ao primeiro amor.
A velha rua onde o eco disse
"Tua é sua vida, teu é seu querer",
sob o olhar zombeteiro das estrelas
que com indiferença
hoje me vêem voltar.
 
Voltar...
com a fronte  entristecida,
as neves do tempo
branquearam minhas têmporas
 
Sentir...
que é um sopro a vida,
que vinte anos não são nada,
que febril a olhada
errante na sombra
te procura e te chama.
 
Viver...
com a alma aferrada
a uma doce recordação
que choro outra vez
Tenho medo do encontro
com o passado que volta
a enfrentar-se com minha vida...
Tenho medo das noites
que povoadas de recordações
encadeiam meu sonhar...
 
Mas o viajante que foge
tarde ou cedo detém seu andar...
E ainda que o esquecimento, que tudo destrói,
tenha matado minha velha ilusão,
guardo escondida uma esperança humilde
que é toda a fortuna de meu coração.
 
Voltar...
com a fronte entristecida,
as neves do tempo
branquearam minhas têmporas
 
Sentir...
que é um sopro a vida,
que vinte anos não são nada,
que febril o olhar
errante na sombra
te procura e te chama
 
Viver...
com a alma aferrada
a uma doce recordação
que choro outra vez
 


163ª - A Galinha e a Andorinha

Uma Galinha que achou os ovos de uma víbora mantinha-s chocados cuidadosamente, possibilitando-os a sobreviverem. Uma Andorinha, observando o que ela tinha feito, disse: “Você é uma criatura tola! Por que choca estas víboras que, ao nascerem, certamente lhe atacarão, bem como a nós?”.

Moral:

"Se nutrirmos o mal, cedo ou tarde se voltará contra nós.”


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