quarta-feira, 2 de setembro de 2009

LXX - A Lebre com muitos Amigos

Amicus omnibus, amicus nemini

Amigo de todos, amigo de nenhum



Bom dia a todos. Hoje a fábula surpreendeu até a mim. Geralmente Esopo prepara finais cruéis em suas historietas para os bobos, os invejosos, os 'ditos' espertos ou mesmo aos ingênuos. Neste belo roteiro, como um enredo¹ de ação, o suspense vai crescendo e acaba numa moral bastante instigante², ou seja, basta não termos inimigos e saibamos andar com nossas próprias forças. É uma belíssima receita. Eu já vi este filme, e voces? BOA LEITURA e até amanhã...

¹ sucessão de acontecimentos que constituem a ação, em uma produção literária (história, novela, conto etc.); entrecho, trama.

² v.t.d.bit.- instigar, estimular (uma pessoa ou conjunto de pessoas) a (praticar determinada ação); induzir, incitar.

LXX - A Lebre Com Muitos Amigos

Uma Lebre era muito popular com os outros animais que proclamavam serem seus melhores amigos. Mas um dia, ela ouviu os cães de caça que se aproximavam e esperou poder escapar com a ajuda de algum dos muitos amigos. Assim, foi até o cavalo e pediu-lhe que a levasse para longe dos cães de caça, em sua garupa. Mas ele recusou-se, enquanto declarava ter um trabalho importante para fazer para o patrão. "Sinto...", disse ele, “... mas certamente outros amigos viriam em tua ajuda". Ela então suplicou ao touro e esperou que ele repelisse os cães de caça com os seus chifres. O touro respondeu: "Eu sinto muito, mas tenho um compromisso com uma senhora; mas eu lhe asseguro, sinto que nossa amiga, a cabra, fará o que você quer”. A cabra, porém, temia que seu costado pudesse ficar danificado se a levasse numa corrida. "O carneiro...", estava segura, “... é o amigo mais apropriado para fazê-lo". Assim a lebre foi ao carneiro e contou-lhe o caso. O carneiro respondeu-lhe: "Em outra hora minha cara amiga. Eu não gosto de interferir nesta ocasião, pois os cães de caça são conhecidos por comerem as ovelhas, bem como também, as lebres”. A Lebre suplicou então, como última esperança, para o bezerro que também lamentou, mas não poderia ajudá-la, pois não gostaria de levar a responsabilidade, com tantas pessoas mais velhas que se tinham recusado à tarefa. Por deste tempo, os cães de caça estavam bastante próximos e a Lebre com seus próprios saltos afortunadamente escapou.

Moral:

“Quem tem muitos amigos, não tem amigo”.

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