quarta-feira, 23 de setembro de 2009

88ª - Júpiter e a Macaca - Criação de Bichos


De duobus malis, minus est eligendum
Dos males, o menor

Bom dia amigos. As fábulas possuem um dom. O dom de formar o chamado 'esprit de corps' (espírito de corpos) entre seus leitores e seguidores. Este detalhe é enriquecedor a todos e creiam, este termo anda em desuso há muito tempo. Ressuscitando aos mais adiantados em idade, bem como criando nos mais jovens, a análise e a crítica, julgo estar cumprindo uma bela missão. A fábula de hoje toca na força do bem-querer. Quando se gosta, nada compensa a perda e por falar nisso, ESSES OLHOS VIRAM... o tempo em que se podia ter criação de animais domésticos no quintal. Coelhos, galinhas, perus, porco, além de cães, gatos, pombos, pássaros canoros¹ e ornamentais. É sabido serem os imigrantes italianos apegados a este tipo de criação e é sabido também, a melancolia que os cercava quando do abate para consumo. Recordo até hoje e lá se vão mais de cinco décadas, a porca'Buchi', alimentada e banhada com mangueira diariamente por mim, durante meses e depois vê-la transformar-se em banha, toucinho, bacon, torresmo, salames, morsilhas, copas (socol), codeghin ou chouriço (embutido de carne de porco picada, cartilagens, gordura e temperos e seco ao fumeiro). Os gritos de socorro que ela emitia quando a levaram à tábua de abate. As facas sendo afiadas no rebolo, os temperos preparados com antecedência, o fogo e o tacho com água fervente para pelar, o agito da casa, os cheiros...atormentam-me ainda hoje. A melancolia faz parte do processo de amortecer a dor da perda, pois ver isto acontecer com quem gostava de ti, roncava baixo ao ganhar a comida fresca... bah tchê.

O tio-avô autor do crime, antes respeitado e querido. tomou a forma de 'Jack - the Ripper'. Fazer o que não é? Era a sobrevência daqueles tempos....

BOA LEITURA e até mais

¹ adj. - que produz som agradável; que canta bem; harmonioso, melodioso, sonoro .

88ª - Júpiter e a Macaca

Júpiter proclamou para todos animais da floresta a promessa de uma recompensa magnífica a quem, cuja descendência fosse julgada a mais digna. A Macaca veio do seu descanso e apresentou a todos, com ternura de uma mãe zelosa, um jovem macaco de nariz chato, calvo e doente, caracterizando-se como candidata para a recompensa prometida. Um riso geral a saudou na apresentação do seu filho. Ela disse resoluta: "Eu não sei se Júpiter dividirá o prêmio com meu filho; mas o que eu sei é que ele é o mais querido, digno e o mais bonito de todos que estão aqui".

Moral:

"O amor de uma mãe encobre muitas imperfeições".

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