quinta-feira, 17 de setembro de 2009

83ª - O Escorpião e a Rã - Caçando rãs -


Naturae sequitur semina quisque suae
Cada qual segue sua natureza

Nossa saudação a todos, em especial ao novo seguidor Jackson S de Jesus, dono de uma refinada ironia, matiz¹ de inteligência, aliás, como todos demais seguidores, o que muito nos orgulha.
Com a fábula de hoje, iniciamos uma nova etapa, trazendo as historietas avulsas, traduzidas por nós e identificadas pela numeração arábica. A numeração em romano, caracteriza a tradução de alguma obra completa, de vários contos. Esta fábula foi sugerida no início deste blog pela srta. Marta e cumprimos o prometido, aí está ela.

Por falar em rãs, ESTES OLHOS VIRAM... como caçá-las (nos canais de irrigação dos arrozais, com lanternas de carbureto, separando-as dos demais batráquios²), limpá-las (tirar a pele, vísceras, cabeça e patas, inutilizando a medula espinhal, para não saltarem mesmo sem as cabeças cortadas durante a fritura), prepará-las (vinha d'alho e à milanesa) e cozinhá-las (fritas em banha). É uma carne perfeita e de sabor único. Coitadinhas... sempre em desvantagem.

Os italianos do nordeste gaúcho, do início até meados do século XIX, foram exímios caçadores. Espécimens que andavam, rastejavam, pulavam, corriam, nadavam ou voavam e que tinham couro, pele, pelo, penas ou escamas, não importando a ordem, viravam petiscos em questão de minutos.

¹ s.m. - colorido obtido da mistura ou combinação de várias cores num todo (pintura, bordado, tecido, paisagem etc.) - fig. variedade de detalhes, de aspectos sentidos ou descritos de maneira viva, colorida, sugestiva.

² adj. - relativo aos batráquios n s.m. herp - espécime dos batráquios - batráquios - sapos, pererecas, rãs.


83ª - O Escorpião e a Rã

Um escorpião e uma Rã se encontram na margem de um rio, quando o Escorpião pediu para a Rã levá-lo em seu costado, atravessando a correnteza. A Rã perguntou, "Como saberei se você não vai me picar?". O Escorpião respondeu, "Porque, se eu assim o fizer, também morrerei afogado!".

A Rã ficou satisfeita e eles partiram, mas, no meio do rio, o Escorpião picou a Rã. Ela sentindo o efeito paralisante do veneno, começou a afundar, sabendo que ambos se afogariam, mas ainda tem tempo para ofegar "Por quê?", ao que respondeu o escorpião:

"É minha natureza...”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns ao Vade Mecum pelas brilhantes traduções de Esopo.Agradeço a lembrança , perfeita tradução e , se me permitem , na minha opinião, o Vade deveria continuar com traduções de qualquer natureza ,pois o melhor ,são os adendos....não desmerecendo a obra propriamente dita.
Um abração a todos
Beijos da Marta