segunda-feira, 2 de novembro de 2009

122ª - O Cachorro e a Lebre - 'Bodoque'


Bellum dulce inexpertis
Bem parece a guerra a quem não vai nela


Bom início de semana e nada melhor que um feriado não é mesmo? A fábula de hoje, mais uma vez nos mostra a dissimulação e como é conveniente inquirir em busca da verdadeira intenção. Poucos conseguem dissimular diante de tal questão. Agir honestamente, uma lição para toda vida.


Na prosa de hoje, ESSES OLHOS VIRAM...


...em meados da década de cinqüenta, o apogeu de um brinquedo, a funda (bodoque, estilingue ou atiradeira). A forquilha - de simetria perfeita e rigidez absoluta - provinha ou dos galhos da pereira ou do angico. Raspadas cuidadosamente, sopesadas em sua proporção cabo e braços, ela tinha o papel máximo da mira, tal como as coronhas das pistolas. As borrachas lançadeiras vinham das câmaras de pneus inutilizados, não podendo ter qualquer irregularidade. O assento do projétil, onde se acomodava o objeto arremessado era de couro macio, obtido dos sapateiros. Uma ‘funda’ era avaliada por sua capacidade de tiro e acertos. Recordo com precisão que valia enormemente a intuição de onde a bala atingiria, pois não havia a alça de mira. Algo que me parece ser comum nos campeões olímpicos de arco-e-flecha. Um capítulo à parte, era a ‘bala’. Atingiam o alvo distante 30 metros, alcançado em menos de 1 segundo (mais de 100 km/hora). Cães e gatos estranhos ao bairro, pombas e pássaros, vidros dos desafetos, viravam alvos freqüentemente atingidos. As pedras são disformes e suas trajetórias irregulares. O máximo em precisão era obtido com bolinhas de gude defeituosas e não mais aceitas nos jogos.

Juntando idéias, pensei em fabricar as minhas ‘balas’! Com ajuda de um parceiro, descobrimos antes de tudo um bom veio de argila e que ficava no lote de sua casa. Cavada a mina, tínhamos na mão uma argila quase branca. Com água e uma tábua para por secá-las, as bolinhas foram surgindo, perfeitas e lisas. Depois de três ou quatro dias, os projéteis estavam prontos. Os efeitos de seus impactos, a precisão dos tiros, abobadaram os demais capangas. Começamos a vender as ‘balas’, Sucesso mercadológico. Por moedas é claro, mas muitas matinês foram pagas assim.

...


122ª - O Cachorro e a Lebre


Um Cão de caça estava perseguindo uma Lebre ao lado da colina a por certa distância, procurava mordê-la com seus dentes como se tomasse a sua vida, ou então como se brincando com outro cão. A Lebre j´cansada disse a ele: "Eu quero que você aja sinceramente comigo e mostre para mim suas verdadeiras intenções. Se você é um amigo, por que me morde tão violentamente? Se um inimigo, por que você brinca comigo"?


Moral:


“Não há nenhum amigo em quem você não sabe se confia ou desconfia."



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