quarta-feira, 18 de novembro de 2009

136ª - O Fazendeiro e os Grous - Vôo a S.Paulo 2/5

De alieno ludit corio
Tirar castanhas do fogo com mãos de gato

Olá amigos! Boa tarde a todos. A fábula de hoje nos parece um tanto anacrônica¹ mas tem conteúdo moral tipicamente de Esopo. Talvez seja uma transposição que também nos alerta sobre as ameaças quando transgredimos alguma norma e não damos o real valor, transformando-a em ação real.

A prosa ESSES OLHOS VIRAM... continua de onde paramos ontem e,


...o motor da esquerda, lado oposto ao meu, desandou a rodar ao máximo de sua potência. Os estalos da rede hidráulica soavam nos meus pés. Eram os freios. O avião tremia. Eu olhava a hélice do motor ao meu lado, rodando calma, enquanto a outra gritava com o vento. Súbito ela parou. Já não entendia mais nada. Repentinamente o motor do lado direito, imitando o irmão, foi acelerado ao máximo. Por estar quase ao meu alcance, eu reparava os rebites da fuselagem a ponto de sairem do lugar. Dois canos de descarga fumegavam. O som bateu mais um recorde de altura nos meus arquivos. Sem aviso tudo se aquietou. Pensei: “Não vai voar e teremos que sair todos”. Procurando tirar o cinto, fui surpreendido com os dois motores acelerando simultaneamente, a um nível de ruído que nem as modernas turbinas têm. Pulverizaram-se meus registros de altura que um ruído pode alcançar. Tudo trepidava e gania. Os freios se soltaram num estalo, quando parecia que os motores sairiam voando sozinhos pelo ar. A aeronave com um solavanco iniciou uma carreira desenfreada, mandando a cada passageiro toda e qualquer irregularidade do solo. Gente... nada que é primeiro(a) se esquece, mas acho que o primeiro vôo fica gravado na memória genética. Em segundos apenas os motores soavam num ronco agradável e o solo foi ficando distante, cessando o arrepiar da espinha. O avião nivelou para a normalidade. As nuvens foram alcançadas. O teto de vôo permitia a perfeita visão das pessoas, casas, rios, ravinas, campos, até mesmo, uma senhora indo do tanque de lavar roupa para casa, parada olhando o avião passar. Abanou! /Sorri e lamentei: “Pena a janela não abrir!”.

TO BE CONTINUED...

137ª - O Fazendeiro e os Grous

Alguns Grous faziam suas alimentações num solo recentemente arado e semeado com trigo. Por muito tempo o Fazendeiro, brandia uma funda vazia, perseguindo-os e assustando-os pelo terror que ele inspirava; mas quando os pássaros perceberam que a funda só fazia balançar no ar, passaram a não se importar, nem se movendo mais.

O Fazendeiro ao ver isto, carregou a funda dele com pedras e matou um grande número de grous. Eles abandonaram suas terras aradas imediatamente e clamaram um para o outro: "Está na hora de sairmos fora, pois para este homem, nenhuma ação será apenas de nos assustar, mas sim, mostrar o que pode fazer”.

Moral:

"Se palavras não bastarem, sopros têm que seguir.”

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