quinta-feira, 26 de novembro de 2009

143ª - As Moscas e o Mel - 'O Bodoso'

Mel in ore, fel in corde
Boca de mel, coração de fel

Olá a todos! A fábula de hoje nos mostra - tal como a do menino e as avelãs que a ganância cobra muito caro. Nunca será demais, ser parcimonioso. Dosar bem, só prolonga o benefício.


A prosa de hoje, toca as reminiscências de todo guri, ou seja, o primeiro contato com um mundo novo. ESSES OLHOS VIRAM...


...ele chegando. Já era noite. Subiu resfolegando a lomba de acesso à casa. Parecia ter bebido um destilado. Faltavam-lhe as forças. Já não lhe circulavam alguns fluidos essenciais, seus olhos haviam apagado há tempos e necessitava que o guiassem. Exigiria um especialista a todo instante. Seu andar era claudicante, pouco vigor lhe restava. . Ganhou o apelido que o acompanharia por todo tempo que ficou conosco – e não foi muito -. O apelido? ‘Bodoso’. Na hora este verbete pareceu-me designar um cantor de tango, cheio de charme e manha. Anos depois descobri o real significado: ‘sujo e fétido, como um bode’. E era. Estava num estado lastimável. Havia nascido em 1929 e estávamos em 1957. Estes 28 anos haviam judiado muito dele.


Para ligar, só com a manivela e apenas durante o dia. Seus faróis não acendiam mais. Seu limpador do vidro dianteiro funcionava apenas tocado manualmente. Era um Ford T 1929 com toldo retrátil.


Durante algumas semanas, os mecânicos se revezavam para tentar ressuscitá-lo. Nem sei bem porque, mas tudo era feito no quintal e à noite. Ele tinha uma capota dobrável e com alguma paciência tínhamos um belo conversível. Show na hora de sair. Recordo o som do motor, parecia um relógio grande: ‘tac-tic-tac-tic’ e a buzina ‘guga-guga’ fazia a todos abanarem.


Logo recebeu alta da assistência mecânica e de forma ousada se programou a viagem inaugural com a família, até Garibaldi. Ida e volta eram 110 km, em estrada de chão, com aclives e declives dignos da serra gaúcha. Dia de sol (creio sábado), capota arriada, vento nos cabelos e lá fomos todos. Após Farroupilha - um terço da viagem -, o deus Éolo no Olimpo, resolveu soltar os ventos de uma tempestade. A água vinha em baldes. Rapidamente se ergueu o toldo para nossa proteção. Súbito a tragédia desenhou-se: a água passava a lona como num chuveiro. Ríamos a não poder mais. Um rolo de esparadrapo – juro não recordar de onde surgiu – amenizou a situação. Seguimos adiante e entramos na cidade de Garibaldi ainda com a chuva caindo e a capota regiamente decorada com cruzes brancas. Buzinávamos aos conhecidos e a algazarra era total. Na volta, nenhum contratempo, mas duvido que alguém tenha chegado com as costelas no lugar. Alguns dias depois o BODOSO foi embora, talvez para uma freguesia de Buenos Aires, na Boca. Ele mereceria.


143ª - As Moscas e o Mel


Um Jarro de mel tinha sido colocado no quarto de uma empregada da casa, atraiu várias moscas, com sua doçura e colocando suas patas nele, comeram a não poder mais. Porém, as suas patas se cobriram com o mel, impedindo-as de voar com suas asas, nem se libertando e foram sendo sufocadas. Da mesma maneira que elas estavam se afogando, exclamavam: "Oh tolas criaturas que somos! Por causa de um pequeno prazer, destruímo-nos".



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Um comentário:

Anônimo disse...

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