terça-feira, 14 de julho de 2009

XXVIII - O Cachorro e o Lobo

Liber inops servo divite felicior.
Antes pobre sossegado que rico atrapalhado.

Bem-vindos meus caros amigos. A fábula de hoje é mestra, pois nos aponta algo muito anímico, ou seja, da alma. Não podemos condenar o cachorro, muito menos o lobo, pois ambos respeitam suas 'índoles'*. Aliás, nossa sociedade anda doente por não saber identificar a relação da 'índole' com a necessidade de sobrevivência de cada um. Temos duas irmãs inseparáveis em nossa existêmcia, mas nunca andam juntas: a Felicidade e a Infelicidade. Ambas só aparecem quando nossa 'índole' é respeitada ou sufocada. Bela lição... BOA LEITURA
* índole
[Do lat. indole.]
Substantivo feminino.

1.
Propensão natural; tendência característica; temperamento:
É bondoso por índole;


XXVIII - O Cachorro e o Lobo

Um Lobo magro estava quase morrendo de fome quando aconteceu conhecer um Cachorro doméstico que estava passando por ali. "Ah, Primo," disse o Cachorro. "Eu sei como vai ser; tua vida irregular será logo a tua ruína. Por que não trabalhas continuamente como eu faço e ganhas tua comida, dada regularmente para ti”?

"Eu não teria nenhuma objeção,” disse o Lobo, "se eu pudesse ter um lugar".

"Eu facilmente conseguirei isto para ti,” disse o Cachorro; "venha comigo até meu patrão e tu compartilharás meu trabalho".

Assim o Lobo e o Cachorro foram juntos para a cidade. Já no caminho o Lobo notou que o pelo do Cachorro estava ralo em certa parte do pescoço e assim lhe perguntou como isso tinha ocorrido.

"Oh, não é nada," disse o Cachorro. “Isso é apenas onde a coleira é colocada para me manter preso à noite; esfola um pouco, mas todos se acostumam logo a isto”. O Lobo
replicou; "Isto é tudo? Então adeus para você, Mestre Cão".

"Melhor sofrer fome livre do que ser escravo gordo".

Um comentário:

Dna. MÔ disse...

Salve Vade!!!
Viva Mecum!!!

A versão "Um Dedo de Prosa" está abrindo um espaço inusitado e totalmente surpreendente para as considerações muito especiais do grande tradutor e mentor desse superbolg.

Quanto à recheada fábula de hoje, cabe a singela consideração de que, nesta vida, quando se ganha uma coisa, pode-se perder outras...

E é nesse momento que entra o nosso poder de escolha, na decisão do que é o melhor, vejam bem, O MELHOR, para nós. Não somente o mais importante ou o mais proveitoso ou vantajoso!
Obrigada Vade Mecum!
Beijos a todos...