segunda-feira, 3 de agosto de 2009

XLIV - O Jovem Ladrão e sua Mãe


Latrans annosus, foris aspice, quaeso, molossus.
Cão velho, quando ladra, dá conselho.

Apesar do frio, umidade, falta do sol, frialdade que cerca toda natureza, um BOM DIA pessoal!
A melancolia é própria destes invernos insuportáveis e que teimam em voltar ciclicamente. Fazia dezenas, dizem uma centena, de anos este general não dava as caras tão 'cara-de-pau'. Recordei-me e fui ler ontem, AS AVENTURAS DO BARÃO DE VON MÜNCHHAUSEN, tal o frio que fazia. Belo livro e aventuras mais sasboraosas ainda.
Vamos a fábula. Bem melancólica, parecendo sintonizar nosso inverno. Muita tristeza constatar que sem a orientação materna ou paterna, enveredamos por caminhos tortuosos. Nos dias de hoje, com distanciamentos cada vez maiores entre filhos e pais, qual será o resultado final? A figura que ilustra a fábula, mostra a sociedade indo para a forca e as normas comportamentais em total desalento (figura da mãe prostrada). Refletir sobre que papel temos? Por onde começar? Boa leitura e até amanhã .

XLIV - O Jovem Ladrão e sua mãe

Um jovem tinha sido pego num ousado ato de roubo e foi condenado à execução por isto. Ele expressou seu desejo para ver sua mãe e falar com ela antes de ser conduzido à morte e claro que isto foi concedido. Quando sua mãe veio, ele disse: "Eu quero te segredar algo," e quando ela aproximou a orelha para perto dele, ele a mordeu, quase a arrancando fora. Todos os que assistiam ficaram horrorizados e lhe pediram o que significava tal conduta brutal e desumana. “É a castigo," ele disse. “Quando eu era pequeno e comecei roubar coisinhas sem valor trazendo-as para casa, em vez de me reprovar e castigar-me, ela ria dizendo: "Isto nem será notado". E por causa disto estou aqui agora".

"Ele tem razão mulher," disse o sacerdote que acompanhava a execução, completando:” o Senhor disse...”.

“Sempre ensine a uma criança o caminho correto a seguir"

Um comentário:

Dna. MÔ disse...

Salve o Grande VADE MECUM!!!!

Finalmente surge a primeira figura feminina nessas estupendas fábulas esópicas...

E, triste, ver a desolação retratada nessa gravura perfeita, que, com o fino traço,codifica, para nós, o furor de uma ruína absoluta!

A mim, causou impacto a imagem, a fábula e a total ausência de chances para recuperar a situaçao!

Fiquei triste pela gélida impotência experimentada por essa mãe. E mais, chama a atenção a validade e propriedade do questionamento que nos é trazido pelo nosso querido Vade Mecum.

Lamentei que a primeira mulher a fazer parte deste lindo inventário tenha que carregar tão sofrido remorso...

Mas, volto a dizer o que já falei semanas atrás, neste belo espaço que nos é oferedico pelo "Um Dedo de Prosa": Mais vale um minuto de ressentimento, do que a vida inteira de arrependimento!

Mães, pais, tios, pessoas mais velhas, por favor, ajudem as crianças que estão ao redor de vocês a crescerem como férteis árvores, com raízes fortes e troncos eretos...

Beijos a todos!