quarta-feira, 19 de agosto de 2009

LVIII- O Escravo e o Rouxinol


Effugere nemo potest, quod futurum est
Ninguém foge à própria sorte


Oi amigos! Hoje veremos as mazelas¹ do EGOÍSMO (o 'eu' como centro de tudo) e seu resultado quando achamos que somos 'tudo' e tudo podemos. O 'escravo' que tenta impor sua condição à ave canora livre, para seu único deleite, peca e é castigado pelo seu egoísmo, pois usufruir² o canto livre não lhe bastava. Ótima reflexão não é mesmo? Até amanhã...

¹ s.f.falha moral, mácula na reputação; estigma, labéu
² v.ter o usufruto de; estar na posse ou no gozo de (algo inalienável)

LVIII - O Escravo e o Rouxinol

Um escravo repousava escutando a canção de um Rouxinol ao longe, da noite de verão. Era tão agradável para ele que na noite seguinte dispôs uma armadilha para capturar o pássaro, apanhando-o. "Agora que eu te peguei," ele exultou, “... cantarás sempre para mim".

"Nós, os Rouxinóis nunca cantamos em uma gaiola". disse o pássaro preso.

“Então eu te comerei". disse o Escravo. "... pois sempre ouvi dizer que um rouxinol com torrada é um delicioso petisco”.

"Não, não me mate," disse o Rouxinol;”...mas me deixe livre e eu cantarei de longe para ti, três coisas de muito mais valor que meu pobre corpo”. O Escravo o deixou solto e ele voou até um galho de árvore e onde começou a cantar:

“Nunca acredite na promessa de um preso. Esta é a primeira coisa". Então novamente disse cantando:

"Mantenha o que você tem". E como terceiro conselho:

“Não se entristeça sobre o que está perdido para sempre”. E assobiando o pássaro voou embora para sempre.

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