segunda-feira, 24 de agosto de 2009

LXII - O Homem, o Menino e o Burro

Laedere facile, mederi difficile
É mais fácil criticar que fazer

Boa semana a todos.
Como aviso, informo que os verbetes com explicações detalhadas em notas são para àqueles leitores novatos, iniciantes nesta arte de entende o vernáculo¹.

A fábula de hoje, cômica e trágica, nos ensina como pode custar caro agradar a todos. Boa leitura e até amanhã...
¹ adj. próprio de um país, nação, região - fig. diz-se de linguagem correta, sem estrangeirismos na pronúncia, vocabulário ou construções sintáticas; castiço n s.m. - a língua própria de um país ou de uma região; língua nacional, idioma vernáculo.





LXII - O Homem, o Menino e o Burro.

Um Homem e seu filho iam certa vez com uM Burro para a feira negociá-lo. Como estavam caminhando juntos, lado a lado, um camponês passando por eles disse: “Vocês são uns bobos. Para que um Burro, mas sem montá-lo?".

Assim o Homem pôs o Menino no Burro e eles foram seguindo o caminho. Mas logo passaram por um grupo de rapazes, um dos quais disse: “Vejam aquela criança preguiçosa, deixa o seu pai caminhando enquanto vai montada".

Assim o Homem ordenou que o Menino descesse e seguiu ele na montaria. Mas não tinham ido muito longe quando. passaram por duas mulheres, uma das quais disse para a outra: “Que vergonha, aquele tolo preguiçoso, deixar o pobre filho pequeno marchar a seu lado”.

Por fim o Homem não sabendo mais o que fazer, tomou o Menino junto na garupa e ambos seguiram montados. Neste tempo tinham chegado à cidade e os passantes começaram a zombar e apontar para eles. O Homem parou e perguntou o que eles estavam ridicularizando. Os homens disseram: “Você não está envergonhado de sobrecarregar grosseiramente o pobre burro?".

O Homem e o Menino desceram da garupa e passaram a pensar o que fazer. Após muito raciocinar, finalmente cortaram um pedaço de madeira, fazendo uma vara, amarraram as quatro patas do burro nela e o carregaram em seus ombros. E foram ao mercado, entre as risadas de todos que iam junto, quando, o Burro soltando uma das patas traseiras escoiceou o Menino, tentando sair da vara. Na luta, o Burro caiu de cima da ponte que atravessavame e com as patas dianteiras ainda amarradas, fizeram-no submergir nas águas.

"Isso o ensinará," disse um velho que vinha seguindo-os:

"Agrades a todos e não agradarás a ninguém".

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