quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

198ª - O Rato e a Rã - poeminha 'O Tudo e o Nada'

Bom dia prezados amigos! A fábula de hoje, traduzida em obediência ao livro original, é quase uma fiel cópia da fábula nº 185, faltando apenas o falcão, trocado pelo gavião. A essência é a mesma.

Nossa prosa ESSES OLHOS VIRAM... conclui hoje a viagem proposta, esperando que tenha divertido. Até mais.

... Um sorriso matreiro do meu crânio mostrou toda sua alegria por tê-lo descoberto. A antiga imagem no espelho, a normal, permuta-se e agora e vejo a outra face da existência. Não importa de quem for ele, ou quanto viva, certamente existirá bem mais que os tecidos. Traz consigo um código genético cósmico, o da evolução.
Meu poema ao nosso belo amigo!

O NADA E O TUDO – Accorsi JC

O tudo que nada traz,
Nada mais que nada é.

Quando hoje enxergas,
Sobrevirá a mudez do olhar
Ora ouves o dizer,
Virá a surdez do falar

Recitas falas da dor,
Serás cego para ouvir.
Sentes o olor da flor,
Insosso será teu sentir.

É suave teu roçar,
Está escrito, serás
Inodoro ao tocar,
Leveza nem mais terás.

Aqui, pensas como atuar,
Pois carregas uma mente,
Ali, pararás sem pensar,
Negando o próprio ente.

.Hoje, nada é tudo,
Mas tudo será nada.
Pó, de estrelas somos,
Em eterna invernada.

O nada que tudo faz,
Tudo em nada será!




198ª - O Rato e a Rã

Um Rato certo dia onde tudo deu errado, conheceu uma Rã e eles saíram juntos para viajar. A rã pretendendo um grande afeto e de manter o seu companheiro sem riscos, amarrou o pé do Rato à sua própria perna. Assim procederam por certa distância do caminho. Quando chegaram num charco a Rã pediu ao Rato coragem e começou a nadar. Porém, ao chegar meramente a meio caminho, a Rã deu um mergulho súbito ao fundo, arrastando o infeliz Rato atrás de si. Os dois, lutando e tropeçando, fizeram tamanho alvoroço na água que chamaram a atenção de um gavião que, se lançou sobre ambos e apanhando o Rato, levou consigo ao mesmo tempo, a Rã.

Moral:

"Alianças imprudentes e desiguais, terminam em ruína; e o homem que planeja a destruição do seu vizinho é pego freqüentemente em sua própria armadilha.".

2 comentários:

Dna. Mô disse...

Salve Grande e surpreendente Vade!

Inaugura-se, na edição de hoje, a nova e inexorável etapa do nosso amado superblog.

É inarredável! Abre-se o novo capítulo ...
Tenho até o título a sugerir...
"VADE MECUM - UM DEDO DE PROSA E MUITAS MÃOS DE GRANDES VERSOS".

Se o resgate da entidade visual do crânio humano gerou esse estupendo impulso... então, senhores, que saiam todos os crânios dos velhos baus para que se retome a poesia e o refletir nesses nossos tão rasos e rápidos dias!

Obrigada, JC... Vida longa ao poeta e sua obra!!

Obrigada, muito.
Beijos a todos!

Michaela disse...

Nosssssa!!
Que poema legaaal!
"Pirei o cabeção"!

Profundo, surpreendente, sabio e rítmico.

Por favor, publicação e futuros copyrights para os herdeiros... heuhauhahuehe

Ouso dizer que há um vento budista em tudo isso.
Beijos!