segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

180ª - O Macaco e o Camelo - O Liquidificador


Arte deluditur ars.
A ruim, ruim e meio.


Bom início de semana a todos. A fábula de hoje, concentra na moral, toda essência do ligar o 'desconfiômetro'.. Saber de nossa inconveniência ou presença indesejada é meio caminho para solução de nossos conflitos. O outro 'meio caminho' é descobrir porque despertamos estes sentimentos. Bom proveito. A prosa ESSES OLHOS VIRAM,,, relata hoje algo que seria estranho nos dias atuais, mas que revela nossa evolução como sociedade;

...era meado de 1953. Num auditório pomposamente denominado ‘Católica Domus', festivamente iluminado, cerca de 600 convidados ansiosos pela novidade e o aprendizado para seu uso. Eram tempos de novidades. Recém haviam chegado às lojas, a geladeira, o ferro de passar elétrico e a enceradeira elétrica. Ainda vejo o mestre de cerimônias todo engalanado e sua assistentes devidamente paramentada. No centro da mesa principal, sob a luz de um holofote, o motivo para tanto alvoroço. A platéia que lotava completamente o salão, na totalidade donas-de-casa e alguns filhos que as acompanhavam - como meu caso -, era toda atenção.

“Senhoras, uma nova era acaba de chegar!” iniciou o senhor, ”Saúde, rapidez e facilidade. Tenho o orgulho de apresentar a mais nova invenção doméstica e ensinarei como usá-la – Aqui está sua majestade...o... liquidificador!”. Isto mesmo, vivi o tempo que ensinavam aos novos compradores como usar determinada máquina recém introduzida no mercado. Foram quatro horas de aula. Sobre a mesa vários aparelhos para demonstrar cada uso. Ainda recordo o modo ensinado para fazer a mais gostosa limonada com apenas um limão siciliano ou dois limões galegos - com casca e tudo - rendendo a extraordinária quantidade de um litro e meio de puro néctar, a batida de banana, o fazer das massas para crepes, panquecas e o moer da carne. Eram os prenúncios de um novo tempo, onde a sociedade iria conviver com o moderno. Valeu a pena viver aquele momento.




180ª - O Macaco e o Camelo

Os animais da floresta ganharam um entretenimento esplêndido no qual o Macaco se erguia e dançava. Tendo deleitado a platéia imensamente, ele se sentou entre o aplauso de todos. O Camelo, invejoso dos elogios dados ao Macaco, cobiçando para si a atenção dos convidados, propôs erguer-se por sua vez e dançar para a diversão deles. E movendo-se de forma tão ridícula, despertou a ira e a indignação das Feras que o puseram para fora da reunião.

Moral:

"É absurda a nossa melhor macaquice!".

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