sábado, 13 de fevereiro de 2010

188ª - O Velho Cão de Caça - O Trem 1/3

Veritas temporis filia est
A verdade é filha do tempo


Bom sábado a todos caros leitores(as). A fábula de hoje tem conteúdo por demais visto nos dias atuais, ou seja, as fraquezas originadas pelo tempo, estigmatizam os conceitos sobre as pessoas. Parece que a experiência ou a vivência perdem o valor, tanto hoje como à época da fábula. A espécie humana saberá rever isto?


A prosa de hoje ESSES OLHOS VIRAM... resgata a memória do trem e suas indeléveis impressões causadas a quem nele andou. Boa leitura e até mais.


...Farroupilha, Desvio Machado, Desvio Blauth, Caruara. Pequenas estações no curso de uma viagem de aproximadamente 50 quilômetros entre Caxias do Sul e Garibaldi. Início da década de cinqüenta. Uma das últimas vezes que vi meu avô vivo e saudável, pois logo adiante seu coração o levaria rumo ao fiume Pó (Rio Pó no norte da Itália, de onde provieram seu pai e seu avô).

Recordo a felicidade e a balbúrdia da estação férrea, com os preparativos da partida. Os vagões enfileirados, a máquina fumegante, os vendedores de pastéis e frutas nas cercanias. Os assentos de madeira, dos vagões, lustros e lisos, com encostos pendulares. Você escolhia ficar com as costas para o sentido do curso ou vice-versa. Logo em seguida descobri porque de tal opção. As largas janelas tinham os vidros escamoteáveis que permitam abertura total. Lembro os lustres no teto do vagão, sem dúvida para alguma viagem noturna. As madeiras predominavam nestes veículos. Apenas as rodas e as molas eram de aço ou ferro fundido. O interior do vagão era todo lustroso, impecável.


Foto da estação Desvio Blauth na época (l954)


TO BE CONTINED



188ª - O Velho Cão de caça


Um Cão de caça que em sua mocidade e força, jamais se rendera para qualquer fera da floresta, encontrava-se em idade avançada, perseguindo um javali. Ele o agarrou corajosamente pela orelha, mas não pôde retê-lo por causa da decadência de seus dentes, de modos que o javali escapou.

O seu patrão surgindo em seguida ficou muito desapontado e ralhou ferozmente o cachorro. O mesmo observou e disse: "Não foi minha culpa senhor; meu espírito de luta foi tão bom quanto sempre, mas não pude ajudar por causa das minhas fraquezas. Eu mereço ser elogiado pelo que fui não ser culpado pelo que sou”.


Moral:


"Ninguém deveria ser culpado por suas fraquezas da idade".



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