terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

190ª - Os Bois e as Rodas da Carroça - O Trem 3/3

Labor ubique est
Aonde irá o boi que não are?


Bom dia amigos e amigas! A fábula de hoje nos conta como, às vêzes, quem realmente leva a carga pesada, fica calado e se esmera na tarefa, enquanto os próximos clamam e encenam cenas escandalosas, ao menor esforço.A lição passada é a de que nunca façamos o papel de ridículos.


A prosa ESSES OLHOS VIRAM... encerra a viagem de trem, deixando a nostalgia como bagagem a ser retirada do porta-volumes de nossas memórias, por quem ler estes escritos..


...As estaçõezinhas nomeadas no início desta prosa, não passavam de minúsculos estrados, próximos a algumas residências ou pousadas balneárias. Com a torre e a caixa de água e as pilhas de toras enfileiradas - para realimentar a locomotiva -, ali ficavam desertas na maior parte do tempo. Na parada dos trens, eram operações repetitivas as de reabastecê-lo e enquanto o maquinista e o foguista, em movimentos artísticos, desenrolavam mangueiras ou carregavam a lenha, todos passageiros ficavam observando o espetáculo. .Só faltava o aplauso ao final da apresentação. Os mais calejados em viagens desciam para fumar ou merendar, sabendo de antemão o tempo disponível. Os iniciantes como nós, relutantes em descer, - por receio de ficarem abandonados naquela solidão -, iam de vagão em vagão, explorando a melhor vista de todo a azáfama. Recordo de algumas mangueiras a esguichar água por dezenas de furos e rasgos e outras novinhas, inchadas pela pressão e felizes em sua tarefa.

Na época, com tráfegos mínimos nas estradas, os cruzamentos das linhas férreas com as rodovias eram pontos de seguidos acidentes. O desnivelamento exagerado entre os leitos de ambas as pistas, provocava o constante apagar de motores dos carros antigos, sobre os trilhos. Daí, os apitos incessantes do trem ao aproximar-se de uma passagem, serem nossa diversão. Havia uma placa em cada cruzamento, em formato de X e cada braço dele escrito: CUIDADO - PARE – OLHE - ESCUTE.

Foram périplos que marcaram minha memória. Não havia naquele tempo máquina fotográfica, nem filmadora - portáteis -, mas a Maria-Fumaça mereceria uma recordação de cada um que nela andou.

Minha homenagem ao trem.


Foto: Estação Férrea de Desvio Blauth - década de 50


190ª - Os Bois e as Rodas da Carroça

Uma pesada carroça estava sendo arrastada ao longo de uma estradinha rural por um conjunto de Bois. As rodas em torno dos eixos gemiam e rangiam terrivelmente, quando os bois, virando em volta delas, disseram: “Alto lá! Por que você fazem tanto barulho? Nós agüentamos todo o trabalho, e quem deveria clamar seríamos nós, não vocês!”.

Moral:

"Quem sofre mais, clama menos!”

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