terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

184ª - O Rato e a Doninha - As Palavras

Fames optimum condimentum
Não há tempero tão bom como a fome



Bom dia amigos! A fábula de hoje foi traduzida na integralidade, mas exime-se de uma moral específica. Talvez para dar ao leitor a oportunidade de suas próprias conclusões. A minha é a de que nem sempre a fartura signifique a liberdade. Exercitem os neurônios. A prosa de hoje, toca - como quase sempre - no saber ler e interpretar,

ESSES OLHOS VIRAM...

...Os tempos onde, ao se ler algo como: ‘era uma pesada peça de madeira de boa qualidade, com castão redondo’, surgia de imediato na mente, uma bengala com pesado bordão em prata, cinzelado com finos arabescos. Tal como na obra de Conan Doyle, (O Cão dos Baskervilles – Sherlock Holmes).

Daí, vislumbrar ser o termo ‘bengala’, provindo do hindu, bang-alaya, ‘reino de banga ou vanga’ e designar um pequeno cajado de se conduzir na mão, feito da cana de Bengala, vai à distância de o ‘simples ler’ ao ‘absorver a leitura’.

Castão, outro verbete raro,- nem mais empregado -, designa um ornamento usado na parte superior de bengalas. Aldrava? Recordam-se? Uma peça móvel de metal, em forma de argola, - ou uma mão -, que se prendia às portas e servia para bater, chamando a atenção de quem se encontrava no interior. Esta lembrança nos remonta ao complexo visual que a leitura traz às mentes quando empregamos corretamente os vocábulos. Imaginem um poema com versos assim:

Pesadas nuvens, prenhes d’águas,

Com bengalas e castões a faiscar,

Tal um só bater em aldravas,

Chamam todos para se banhar.

Depois de termos consciência dos termos empregados: bengala, castão, aldrava, as imagens de raios e trovões, nuvens copiosas, chuvas torrenciais, afloram mais poéticas, não é mesmo?


184ª - O Rato e a Doninha

Um pequeno Rato faminto tinha feito o seu espaço, com alguma dificuldade, numa cesta de milho onde, achando este entretenimento tão bom, que se encheu a tal maneira que quando quis sair novamente, o buraco ficara muito pequeno para permitir isto. Sentado ao buraco, gemia sobre seu destino, quando uma Doninha atraída pelos seus guinchos, assim falou: "Pare lá, meu amigo e rápido procure ficar magro: você nunca sairá da cesta até estar na mesma condição de como quando você entrou".

Um comentário:

Dna Mô disse...

Vade!!!!!!!Salve !!!!!!!!!!!!!

Parabéns pela belíssima iniciativa de nos relembrar que as palavras têm suas histórias, carregadas de significados,riquezas e preciisão!

Obrigda, beijos a todos