Carlo, sua esposa e o cunhado Gigio partiriam logo pela manhã. Todos estavam ansiosos. Entre seus pertences, o precioso torno movido a pedal e a maleta de madeira lavrada com os instrumentos essenciais para a prática da profissão. Esta fora absorvida junto à corporação de ofícios marceneiros. Os mestres-artesãos faziam da madeira em tábuas, móveis e objetos usados em decoração de interiores, no perfeito domínio das técnicas de entalhe e embutidos. Carlo ainda recordava um velho mestre lhe contando as vicissitudes da pátria-mãe, as lutas e revoluções. Sintetizando toda a informação, ficara claro que o Congresso de Viena havido em 1815, terminara com o regime napoleônico na Itália, dando o controle da península para a Áustria, restabelecendo antigos regimes feudais. A depressão social e econômica, além de uma série de revoluções marcou o movimento chamado de Risorgimento (‘re-despertar '), um clamor para a independência italiana. Em 1859 e 1860, auxiliado pela França, o reino Piemonte-Sardenha conduziu a luta contra a Áustria. Giuseppe Garibaldi e seus 'camisas-vermelhas' conquistaram a Sicília e Nápoles e por 1870 a Itália era uma monarquia, unida sob Victor Emmanuel de Piemonte.
Súbito, um pensamento ocorreu a Carlo: - 'E se não houvesse madeira adequada à marcenaria no Brasil?'.
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