03 de setembro de 1940 – Como encanto Gigio viu-se diante da bela casa onde residiam seus sobrinhos. Construída em 1927 pelos filhos homens de Carlo, primava pelos ricos detalhes ornamentais e por suas belas sacadas, além dos vidros coloridos.
Gigio pensou no orgulho de Carlo e Maria Santa se ainda vivessem. Nos fundos havia a marcenaria da família, especializada em móveis e esquadrias. Pela distância do porão em pedra até o sótão, media-se a imponente estrutura do imóvel.
Um estranho bem-estar tomava conta de seu velho corpo de 73 anos. As dores constantes haviam sumido. Os perfumes no ar anteviam a primavera. Gigio estava liberto..
Um alvoroço repentino sacudiu a paz. Crianças, provavelmente filhos de Santo e Tereza, Gumercindo e Berenice, Celeste e Rosa, Marcos Lourenço e Anna, - pois as filhas moças haviam se mudado para outra cidade-. corriam desabaladamente. Gritos de surpresa subiam aos ares. Adultos clamavam para terem cuidados.
Ninguém pareceu notá-lo.
A sombra de um enorme elefante passou na calçada. Fugido de um circo, havia subido a escada de pedra que ladeava a casa, seguindo rumo às hortaliças da vizinhança e para roubar pães quentinhos, direto no forno de barro da padaria próxima dali. O domador desesperado gritava: ‘Ca’mon Lelé! Ca’mon Lelé!, sem ser ouvido pelo paquiderme.
O rebuliço da turba sufocava a normalidade. Gigio reparou então, num casal de jovens, acompanhado por uma bela moça. Vinham todos em sua direção, rindo e conversando. Era Carlo, com Maria Santa e Elisa. Abraçaram-se e de mãos dadas começaram a levitar. Foi quando olhou seus reflexos nos vidros coloridos da casa. Estavam todos jovens, belos e sorridentes. Começariam outra jornada.
To be continued
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