Carlo e Maria Santa |
Ao perscrutar dados familiares de imigrantes italianos, vi-me diante de um pedaço da história. Tentarei passar a todos, nas próximas linhas, a sensação que me assomou nesta aventura.
Aldeia Torre de Picenardi, província de Cremona – Itália, 1888. Lorenzo sentado diante do fogo que crepitava, estava pensativo, olhando para o nada. Madalena, sua dedicada esposa, aprontava uma sopa para o jantar, com passos silenciosos. A pergunta surgiu repentinamente: -‘O que pensas?’.
Lorenzo pigarreou e disse: -‘Carlo, nosso filho, sua mulher Maria Santa e o irmão dela, o Luiz, querem emigrar para o Brasil. Já falei com os pais dela. O Marcos e a Lúcia estão conformados. Parece ser a única solução contra a miséria e pobreza que assolam o país’. Sempre temíveis, os constantes conflitos militares fronteiriços, privilegiavam as convocações dos filhos de agricultores preferenciaimente. A Tripolitânia e sua anexação cobraria vidas por muito tempo ainda e a Líbia efervescia para mais um conflito generalizado.
Madalena persignou-se, como se as cruzes traçadas na testa, na boca e no peito removessem o laico do pensamento, do dito e do coração: - ‘Com nossa benção, eles devem tomar a rédea do destino!’.
Como milhares de italianos, Carlo, Maria Santa – então com 25 anos - e Luiz, - com 21 -, arregimentaram suas posses e seguiram para Gênova. Os navios saiam dali rumo à nova pátria. Para trás ficaram os pais, outros irmãos, amigos e um pedaço da vida,
To be coninued
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