terça-feira, 15 de dezembro de 2009

158ª - A Lebre e o Cão de Caça - Cinema no bairro

Vivere militare est
Viver é lutar

Bom dia amigo! A fábula de hoje, íntegra conforme o original em inglês, é do tipo 'pano rápido', mas contém ótima lição sobre a desculpa do perdedor e a verdade dita nela. A lebre corre por sua vida e o predador por um almoço. Na prosa de hoje, a lembrança de como agiam as multinacionais na década de 50 para incutir o consumo de seus produtos a uma classe média emergente no país. ESSES OLHOS VIRAM...

...na década de 50, o ‘cinema no bairro’. Um veículo, todo amarelo e com alto-falantes verdes no teto, trazendo uma marca logotipo pintada em vários tamanhos, anunciava pelas ruas: ‘Hoje à noite, sensacional sessão de cinema na rua tal, às 20.00 horas. NÃO PERCAM!’

A rua ‘tal’, era um ‘quase beco’, cujo melhor trecho acabava junto â grande parede traseira de uma cooperativa vinícola. Ali, no horário anunciado, juntava uma multidão ávida pela novidade, vinda de todo bairro. Cinema de graça? Diversão dobrada!

Iniciava o espetáculo. Um enorme pano branco esticado junto aos tijolos da parede servia de tela. O primeiro filme, era sobre a higiene bucal e os micróbios invasores. Recordo da escova dental servindo de tacape para um bonequinho feito com pedaços do creme dental e uma ridícula cartolinha verde. Pancada vai pancada vem e liquidados os monstrinhos, ao acabar a saga, todos – acredito – faziam uma auto-análise sobre seus dentes e estado geral da boca.

As mariposas e as borboletas ‘bruxas’ em igual ou maior número que os presentes, invadiam o facho do projetor, lançando animados bailados na tela. As mais corajosas, iniciavam uma corte direto à lâmpada da máquina. O maquinista-projetor esmerava-se nos tabefes e pancadas com um pano. Diversão dobrada.

Aí, o filme principal: e todas as vezes que vieram, impreterivelmente, exibia-se um faroeste com cenas infindáveis de assaltos aos bancos, diligências e uma mocinha em perigo. Um herói e seu cavalo sábio e um final feliz. No encerramento distribuíam aos assistentes uma miniatura do creme dental KOLYNOS. Para dezenas, era a nova anunciação sobre higiene. bucal. Para outros, uma diversão rara, pois cinemas poucos podiam ir. Engraçado era o armazém do bairro já dispor na semana seguinte, de generosos tubos gigantes do mesmo creme patrocinador do cinema e todos, exigindo a sua compra aos progenitores...


158ª - A Lebre e o Cão de Caça

Um Cão de Caça iniciou a perseguição a uma Lebre, mas depois de uma longa corrida, parou a caçada. Um cabra do rebanho que o viu e parando escarneceu-o, dizendo: "Dos dois, o pequeno é o melhor corredor". O Cão de Caça respondeu: "Você não vê a diferença entre nós: Eu só estava correndo para um jantar, mas ele pela vida”.

Moral:

“O incentivo esporeia o esforço".



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