sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

155ª - A Cabra e o Asno - 'Deus' C.Abreu

Sapiens est, qui tacere novit
Ignaro calado por sábio é contado

Bom dia caros leitores! A fábula de hoje pareceu-me estranha. Tipo alguém ajustar um sentido moral com uma história surrealista. A tradução de 'leech', só admite 'sanguessuga' e ela (a sanguessuga) recomenda o uso do sangue para aliviar os ferimentos do asno. Confesso, não entendi. Fica para cada um esta tarefa.

A prosa iniciada ontem, continua e ESSES OLHOS VIRAM...

...com o passar do tempo e a compreensão dos novos vocábulos, os efeitos anestésicos de Tertuliano foram se exaurindo. Sem os resultados esperados, diante dos conflitos generalizados, eis que repentinamente surge a ‘crise existencial’ de Casemiro de Abreu. Aquele... ‘o mar bramia’, -eu sabia ser o grito dos elefantes descrito nos livros do Tarzan -, calava fundo. Caramba, sem conhecer mares, ou tufões, ainda me declaravam que apenas Deus era maior. Deviam ser grandes os oceanos e os tufões... A curiosidade pelas descrições, tudo acalmava.

DEUS

Eu me lembro! Eu me lembro! — Era pequeno
E brincava na praia; o mar bramia
E, erguendo o dorso altivo, sacudia
A branca escuma para o céu sereno.

E eu disse a minha mãe nesse momento:
“Que dura orquestra”! Que furor insano!
Que pode haver maior do que o oceano,
Ou que seja mais forte do que o vento?!”

— Minha mãe a sorrir olhou pr'os céus
E respondeu: — “Um Ser que nós não vemos
É maior do que o mar que nós tememos,
Mais forte que o tufão! meu filho, é — Deus!”—

imagem: Casemiro de Abreu – poema editado em 1859

TO BE CONTINUED


155ª - A Cabra e o Asno

Certa vez um Homem tinha uma Cabra e um Asno. A Cabra que invejava o Asno por causa da sua maior quantidade de comida, disse: "Que vergonhosamente você é tratado; ora trabalhando pesado no moinho, ou levando pesados fardos"; e ele o aconselhou-o que deveria fingir estar epiléptico e entrasse em um fosso e assim obter descanso. O Asno deu crença às palavras delas e entrando num valo, ficou muito machucado. O patrão dele, chamando uma sanguessuga e imediatamente pediu-lhe seu conselho. Ela aconselhou cobrir as feridas com o sangue de uma Cabra. Eles mataram a Cabra e curaram o Asno.

Moral:

"Prejudicando outros somos capazes de receber dano maior".

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