quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

148ª - A Raposa e os Perus - O Circo

Est avis in dextra melior quam quattuor extra
Mais vale um pássaro na mão que dois voando


Bom dia amigos! A fábula de hoje nos mostra a esperteza triunfando sobre a bobeira. A raposa, símbolo da astúcia nas histórias de Esopo, age propositalmente para assustar e assim levar vantagem. Devemos refletir sobre este mote. Na prosa de hoje, também valeu a perspicácia. ESSES OLHOS VIRAM...

...as carroças tracionadas por fogosos cavalos, anunciando o circo na cidade, Palhaços e bailarinas seguiam-nas em piruetas e danças. Duas jaulas também eram levadas juntas, com a pantera negra e o dromedário mostrando o lado selvagem do espetáculo. Durante quinze dias das férias escolares, virou rotina a passagem deste saltimbanco para alegria da gurizada. Com certeza teríamos espetáculo circense logo, logo. O tempo voava e nada de preparativos ao mundo do picadeiro. Até que certa tarde a caravana ao passar em nossa rua, anunciou: “Último dia – domingo!”... Como sempre, iniciaram-se as romarias dos pedintes. Era tanta a choradeira que enfim, dignou-se a aventura. Domingo à tarde, após a Armatta di Brancaleone (meia dúzia de pessoas), estar arrumada em trajes domingueiros - recém passados-, toda reluzente, penteada e feliz partiu. Eram cerca de dez quarteirões feitos sem sentir, tamanha expectativa. Chegados ao descampado, a enorme lona colorida dominava a cena. CIRCO VOSTOK era o nome dele. As filas eram enormes, e todos se agitavam. Lembro a serragem pelo caminho e os animais que desfilavam com a caravana anunciante, estavam à vista, como se esperando a platéia. A música soava alta pelos alto-falantes Era lenta a bilheteria e o tempo escoava. Mas, certamente aguardariam para o início até estarmos sentados.
Repentinamente, como uma faísca elétrica, a questão surgiu entre nós: “Alguém lembrava ter sido desligado o ferro de passar?”. Pedi: "Mas é coisa de se perguntar, logo agora?"
A bilheteira pediu: “Quantos ingressos?” Com um safanão saímos em desabalada carreira. Sem responder e sem respirar direito, as dez quadras se transformaram em pista atlética. Em minutos estávamos ofegantes já à porta da casa. Lembro do cheiro de pano queimado. A almofada onde se alisavam as roupas, já era. Queimada! A mesa, carimbada também com enorme mancha escura, em segundos viraria cinza. Desligado o ferro e amainado o estrago, restou-nos descansar e aguardar a próxima chegada do circo na cidade. O VOSTOK perdeu alguns assistentes e nós ganhamos a casa!


148ª - A Raposa e os Perus

Uma Raposa espiava um bando de perus numa árvore. Ela planejou chamar suas atenções e então correu para a árvore, fingindo escalá-la, caminhando nas suas patas estendidas, fazendo todos os tipos de truques. Cheios de medo, os Perus assistiam todos os seus movimentos, até que ficaram tão atordoados que um por um, foram caindo de seus galhos seguros e sendo apanhados pela esperta raposa.

Moral:
"Por muita atenção ao perigo, podemos cair como vítimas dele!".

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