sábado, 18 de dezembro de 2010

Mestieri: sarto - 18

Garibaldi – O declínio

As novas significações atribuídas pela sociedade moderna ao que são únicas e singulares vale indagação se no campo da sociologia, do mundo da produção, o produto do trabalho gerado numa alfaiataria, estaria porventura a merecer a atenção da característica do mercado, ávido pela apropriação e exploração do que é manual, do diferente, do que está em extinção?

Depois de visitarmos a conexão temporal que nos permitiu compreender a contradição entre o envelhecimento do ofício numa sociedade determinada e afoita pelo moderno, pela transformação, pelo mais rápido, nos sentimos no dever de adentrar ao mundo da alfaiataria para conhecer como se esta visão de mundo processava suas dinâmicas.

Ao fim de uma época áurea na arte da alfaiataria, Gennaro estava beirando os 80 anos. Alguns amigos de ofício ainda mantinham um espaço reservado em suas casas, onde guardavam máquinas, agulhas, moldes, móveis pertencentes à alfaiataria ou guardavam com zelo, antigos utensílios do trabalho, - tal como a tesoura preferida, o dedal, a agulha de uso pessoal -. Ele também o faria assim.

Nisto viu Clodoveu se aproximando, trazendo um menino pela mão... O perfume dos panetones já flutuava pelos ares. Estávamos em dezembro... Enquanto houvessem clientes, haveria esperança.

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To be continued

Um comentário:

Dna Mô disse...

Ah... os penetones!

Os verdadeiros, sem essências artificais?

Somente quem sentiu pode saber desses perfumes a anunciarem dias de festas e surpresas!

Quem não viveu isso, não tem como supor a magia inspirada pelo amálgama vindo do bom conhaque,das amendoas soltando-se das ameixas pretas a ferverem em calda, do limão-cidra, das frutas em cristais, e da soberba manteiga nunca economizada!
Esses aromas enfeitavam a casa e alegravam o coração - num ritual sagrado de prenuncio do Natal.

Obrigada Vade por nos trazer tais lembranças...

beijos a todos!