Garibaldi – 1920
Quinta-feira fatídica, 18 de junho. A cena era ‘dantesca’. Os sinos haviam dado o alarme. O povo acorrera imediatamente. A igreja matriz estava em chamas. As labaredas consumiam velozmente as madeiras da capela-mor e seu altar, da sacristia e seus armários. Alguns fiéis se apressaram em retirar as imagens da nave principal. Gennaro – vindo da alfaiataria - se incorporara à corrente humana que do depósito de água da Usina Municipal, transportando baldes cheios e o retorno vazios, numa quase inútil batalha contra o fogo. Anos de labuta, quermesses, dinheiro arrecadado e capilarmente recolhido se transformando em cinzas. O incêndio seguia passando da sacristia ao lado do evangelho para a capela mor e dali para o corpo principal do edifício.
Gennaro, entristecido, pensava no sacrifício de todos e da cidade que ainda sentia o impacto econômico deste empreendimento gigantesco. Cerca de seiscentos contos de réis em poder das chamas. Todos haviam colaborado para tal montante e o comércio, mais que todos, soubera dedicar sua cota.
Súbito, três jovens e amigos seus, Comunello – o Antonio -, Balconi – o Eduardo e Beal – o Agostinho -, com machados nas mãos, subiram no telhado. Abririam um lapso no caminho do fogo, impedindo seu avanço. Corajosamente, lá no alto de dezesseis metros, arrancaram telhas e romperam a estrutura de madeira. Como milagre, o fogo estancou sua fúria neste lugar, preservando todas as naves.
Ao menos a comunidade teria menos que reconstruir. ‘Grazie San Gennaro!’.
Garibaldi, foto na escadaria da Prefeitura Municipal, início da década de 40,após a ordenação de um sacerdote.
To be continued
Garibaldi - Início da década 40 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário