Garibaldi – década de 50
A Segunda Grande Guerra, notícias de uma Europa destruída, o estigma da raça inimiga, a desconfiança dos pátrios, a escassez dos panos e tecidos tradicionais: linho, lã, seda, algodão, gabardina ou astracã. Parecia estranho, mas quanto mais faltavam tecidos para confecção dos ternos, mais roupas prontas surgiam nas lojas.
Mas havia algo mais surpreendente para as observações de Gennaro. Outro fator estava minando sorrateiramente o seu ofício. Tempo! O tão vagaroso e sonolento tempo de outrora, subitamente tornou-se apressado. Ninguém mais o tinha à vontade. Os meses transformaram-se em dias, estes em horas e estas em minutos. Para um casamento, antes se tinha meses para os aprontos, agora... Apenas semanas. Algo fizera a sociedade andar depressa, sem paradas para um bate-papo, sem tempo para nada.
No entanto se tivesse que optar por outra profissão, esta sua arte seria de fato o que orientaria a mudança na forma de ganhar a vida, jamais se distanciando completamente do ambiente configurado pela alfaiataria ou mesmo dos instrumentos e objetos usados no trabalho. Não saberia viver sem eles.
To be continued
Nenhum comentário:
Postar um comentário