quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Mestieri: sarto - 14

Garibaldi - 1923
Nestas primeiras décadas do século XX, palcos de períodos com grandes tensões nas estruturas mundiais, tanto quanto o aspecto econômico, como político e social, a convivência entre o novo e o pós-moderno, teria produzido várias situações de cunho beligerante para estas gerações, sejam elas nascidas nos países ditos centrais, seja em países de desenvolvimento diferenciado como o Brasil.
-‘ E então Gennaro, a favor ou contra?’ Era o intendente Acauan chegando ao seu estabelecimento.
-‘Olá doutor! Nem chimango, nem maragato. Muito antes pelo contrário...Aqui vale o gosto do cliente!’, replica Gennaro. Ambos desatam a rir.
Brincadeiras à parte, muitos conceitos novos e nomes diferentes estavam rondando a colônia e a cidade: Júlio de Castilhos, Assis Brasil (chimangos), Borges de Medeiros (maragatos), Zeca Neto, lenços vermelhos ou brancos, degolas, assisistas, vingança pelas escaramuças de 1893, tiroteios – a casa de Vicente Dal Bó fora crivada por balas -. No ar prenúncios de mudanças.
Qualquer indecisão ou má escolha poderia ser fatal. A Prefeitura Municipal – inclusive -, teve uma grade colocada nas escadaria, por ordem do intendente.
Corria o boato que os maragatos invadiriam Garibaldi e com receio de que ocupassem o Gabinete, o intendente ordenou a colocação deste obstáculo. A invasão ocorreu, houve troca de tiros e arruaças. Os maragatos assaltaram o clube “Borges de Medeiros” e com a sua imagem, desfilaram pela cidade, cantando vitória.
A Itália definitivamente estava ficando para trás na memória do imigrante....
Pelo menos a comunidade reconstruira o templo incendiado e logo haveria a sagração. Com a festa se aproximando, ternos novos para todos. O trabalho sobraria para os alfaiates. Em 15 de março de 1924, Dom João Becker consagrou o templo e o considerou como sendo um dos mais artísticos, do Rio Grande do Sul. O responsável técnico foi o Engº. Agostinho Mazzini.


To be continued

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