quinta-feira, 29 de abril de 2010

CCXLII - A Mulher Idosa e o Médico



CCXLII - A Mulher Idosa e o Médico


Uma Mulher já idosa havia perdido o uso de sua visão, chamou um Médico para curá-la e fez um tratado com ele na presença de testemunhas: se ele a curasse da cegueira eminente, receberia dela uma apreciável soma em dinheiro; mas se a cegueira dela permanecesse, não lhe deveria nada. Este acordo foi feito. O Médico, repetidas vezes, aplicou uma pomada para os olhos dela e em toda visita feita, sumia com algo da casa, roubando-lhe pouco a pouco todas as posses. E quando tinha tudo o que era dela a curou e exigiu o pagamento prometido. A velha Mulher, tendo recuperou sua visão, não viu mais nenhum dos seus bens na casa, dizendo que nada lhe daria. O Médico insistiu na sua reivindicação e como ela ainda recusasse, chamou-a diante do Juiz. A idosa, se levantando no Tribunal, discursou: "Este homem aqui fala a verdade no que diz; porque eu prometi que lhe daria uma soma em dinheiro se recuperasse minha visão: mas se continuasse cega, eu nada lhe daria. Agora, ele declara que estou curada. Afirmo que pelo contrário, ainda sou cega; pois quando estava perdendo o uso dos meus olhos, via em minha casa vários bens móveis e bens valiosos: entretanto, ele jura que estou curada da cegueira, mas ainda não vejo uma única coisa destas”.


Moral:


“Pior cego é aquele que não quer enxergar!”.



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