quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Imigração Italiana ao Brasil


Aos que me lêem, ocasionalmente ou como seguidores, pedirei licença para editar uma carta que fizemos em 2005, agradecendo homenagem prestada pelo poder públicoecendo homenagem prestada pelo poder p licença para editar uma carta que fiz em 2005, aos imigrantes italianos que vieram ao Brasil.

Quis o destino que nossos antepassados aqui viessem e estabelecessem raízes. Nem de longe poderiam imaginar que um dia, suas memórias, suas lutas, suas lembranças e seus descendentes, estariam sendo homenageados.

Tudo o que fizeram, naqueles idos, foi em nome da sobrevivência, da honra, da família e da lembrança de uma pátria deixada para trás.

Acolhidos que foram, por esta generosa dádiva que é o Brasil, aqui fincaram conceitos de uma cultura, onde cada gota de suor e de sangue, dignificou suas existências.

Queremos agradecer à Prefeitura Municipal de Nova Prata e ao Museu da cidade, pela honra deste reconhecimento - e de justo - o estendemos para todas as outras famílias aqui aportadas, pois só com a união delas, foi possível aliviar a dor da separação, suportar a saudades dos que não vieram e superar as dificuldades da adaptação.

Nós aqui presentes, temos plena consciência de que os homenageados - de alguma forma - estão observando e guiarão com mãos fortes nossos destinos, como inegável herança.


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Frente Sul

Costumavam ser invernos longos e tenebrosos na região. Duravam meses ininterruptos. Umidade gélida onde até as pedras sofriam. O consenso era que toda habitação NÃO fosse construída em terreno com frente para o sul geográfico. Ah sim, frente do terreno era o indicativo para uma morada digna durante os invernos ou miasmáticas nestes períodos.

O corretor, homem sisudo e acostumado às lides com vontades alheias, olhou-o de soslaio e retrucou: ‘Amigo, todos querem qualquer frente, MENOS a frente sul! Que faço eu?’

‘Se eu construir obliquamente minha morada, haveria algum empecilho?’, arguiu o homem interessado na compra. ‘Acho que não e afinal, este terreno é barato e lhe faço condições vantajosas’. O comprador suspirou e gemeu: “Fechado!’

Era uma linda construção naquelas paragens. Todos queriam saber o porquê da construção ser oblíqua à orientação frente sul do terreninho, numa forma rara e estranha da dispor um mausoléu.

Até mais...


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Retorno dos Generais!

Era da vida! As pessoas castigavam as concordâncias verbais, as formas, os tempos, número e flexão dos verbos, tão contundentemente que resolvi sonhar. Adormeci!

Meu guia surgiu entre as brumas de uma tarde enevoada e fria. ‘Onde queres ir?’ me perguntou. Respondi rápido antes que desaparecesse: ‘ À sala encantada dos verbos!’

Num instante, atalhando o caminho por alamedas tortuosas, estávamos diante do prédio nosso conhecido. Subimos a escadaria e entramos na sala que eu havia pedido. Os generais ali estavam tristes e silenciosos. Demonstravam isolamento e gostariam de participar mais da vida real. Atirei o verbo ‘ir’ ao centro da mesa e para minha alegria comecei a ouvir: ‘ Vou, ia, irei, iria, fui, fora, vá, fosse, for, vai tu, ir, indo, ido!’ (no blog anterior damos a ordem dos tempos)

As declinações na primeira pessoa de um verbo tão complexo, me pareceu facilitar o chamado das demais pessoas. Que maravilha nossos estudantes contarem com uma maquininha que conjugasse os verbos. Acordei ouvindo: “Tu vai dormir muito!?’ (sic)


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Os Generais!

Meu guia falou: ‘Venha, vamos conhecer algo interessante!’. Seguimos por uma rua arborizada, com casarões palacianos, pouco movimento de passantes ou veículos. Diante de um imponente prédio ele parou e disse: ‘É aqui!’.

Subimos ampla escadaria após adentrarmos por um saguão imponente, todo marmorizado. Diante de uma porta de dupla folha, em carvalho cinzelado, murmurou: ‘Entremos!’.

No centro de uma sala imensa, com paredes forradas por livros em prateleiras de madeira escura – deduzi ser nogueira -, uma mesa enorme com várias pessoas.

Meu guia iniciou a apresentação dos personagens: ‘Da esquerda para a direita – os irmãos Indicativo; Presente, Pretérito Imperfeito, Futuro do Presente, Futuro do Pretérito, Pretérito Perfeito e Pretérito Mais-que-Perfeito!’. Tomando fôlego, apontou para o outro lado da mesa, continou: “Ali, na mesma ordem, os irmãos Subjuntivo; Presente, Pretérito Imperfeito e Futuro. Seguindo, seu primo; Imperativo-Afirmativo e sobrinhos Formas Nominais; Infinitivo Flexionado, Gerúndio e Particípio.

Pasmo, pensei com meus botões, cofiando os bigodes: ‘Que família! Quem a conhecesse estaria em boas mãos’.

O guia cutucou-me e disse: ‘Jogue um verbo sobre a mesa!'

Surpreso atirei o verbo ‘amar’. Pela ordem fui ouvindo, ao tempo em que cada personagem transfigurava-se, assumindo as formas do verbo citado: ‘Amo, amava, amarei, amaria, amei, amara, ame, amasse, amar, ama tu, amar, amando, amado’.

Percebi estarem declinando a primeira pessoa do singular, o ‘eu’ - com exceção do Imperativo-Afirmativo e os dois últimos; o Gerúndio e o Particípio -, deixando para mim o trabalho em declinar as demais pessoas.

Encantado, lancei o verbo ‘querer’. Ouvi logo: ‘Quero, queria, quererei, quereria, quis, quisera, queira, quisesse, querer, quere tu, querer, querendo, querido.’

Treze generais, um exército de palavras, uma imensidão de sentimentos. Acordei, foi um sonho!

Até mais...