sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Portas ao Vento

Ontem, uma porta na vizinhança, bateu por horas ao sabor do vento. Por inspiração dela, surgiu este poeminha....

Portas ao vento – Accorsi JC


Portas batendo ao vento,

Avisam com ritmar,

Tem alguém macilento,

Querendo ali entrar.


São elas, almas penadas,

Ao léu em lento vagar,

Vieram antes do tempo,

E buscam um caseiro lugar.


Correi abrir ou fechar,

Só não permita o bater,

Elas querem um lugar,

Onde nada têm a fazer.


Montando volúveis brisas,

Logo elas dão adeus,

Querem batidas precisas,

A embalar sonhos seus...


Até mais...

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Rapsódia

RAPSÓDIA

Era uma vez, um rapsodo competente. Na sua Grécia antiga o costume de se tornar declamador profissional - das poesias épicas -, tinha esta denominação.

O que lhe caía nas mãos, transformava em rapsódias memoráveis, cujas encenações tornavam-se clássicos memoráveis.

Não havia fronteira ou povo naquela antiguidade que impedisse a divulgação dos feitos heróicos, das conquistas ou dos atos sobre-humanos, quando contados por ele, através de sua arte.

Na Itália, como em tantos outros países do Mediterrâneo, até os dias atuais existem temas, originados da forma como ele a criou. Seu nome? Não importa. Importa ouvir Andrea Bocelli cantar Rapsódia,

http://www.youtube.com/watch?v=aji-RVfnZIo


Rapsódia – trecho declamado

lo vorrei
liberarti domattina
e vorrei
vederti volare
sui nevai come prima

Tu, cosi lontana
seppure ormai
cosi vicina
E l`anima se ne va
verso l`eternita.

Rapsodia. – trecho cantado


lo vorrei
liberarti il cuore
e vorrei
restare indietro
e fare finta di cadere.

Perche cosi sei piu vicina
a illuminar
la vita mia
E l`anima se ne va
verso l`eternita.
L`anima, se ne va

Perche cosi sei piu vicina
a illuminar
la vita mia
E l`anima se ne va
verso l`eternita.

Até mais...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Anjo da Guarda


Certa tarde - ao cair do sol - vieram-me à mente os tempos onde ouvíamos o Ângelus – quando os sinos batiam - e graças eram elevadas por mais um dia profícuo ou pela saúde dos enfermos.

Por nostalgia coloquei a tocar um cd clássico e fiquei a ouvir a versão latina original, imaginando o senso de gratidão de quem a compôs, musicou e de quem entoava no coral.

Angele Dei,
qui custos es mei,
me, tibi commissum pietate superna,
hodie illúmina, custódi,
rege et gubérna.
Amen.

Que oração poderosa! Na simplicidade de suas palavras barrocas, o mistério de nossa existência. Resolvi então homenagear os ANJOS editando a oração quase esquecida e fazer dela para cada um que a ler, bálsamo espiritual.

Santo Anjo do Senhor,
meu zeloso guardador,
se a ti me confiou a piedade divina,
sempre me rege,
me guarda, me governa
me ilumina
Amém.

Até mais...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Saber-se eterno


Tenho uma teoria sobre nossas exitências. Talvez uma tese, mas certamente uma hipótese. Somos eternos...

Enquanto avançamos em idade, aumentamos os temores ao desconhecido, ou seja, onde vamos parar? Por isso urgem os questionamentos e afirmativas, ora esdrúxulos, ora sábios. Quem não parou para pensar nisso?

Minha teoria baseia-se em ser a fé o único obelisco que nos orientaria neste périplo. Não a fé apregoada por ‘vendilhões do templo’ mas a fé de cada um, por mais estranha que ela fosse. Fixo-me na idéia de que originamo-nos de duas células, alguns átomos num meio orgânico e... eis a luz. Quando apagamos, retornamos aos átomos básicos e neles estaremos de modo eterno, como poeira estelar. Nada destrói um átomo básico, nem o tempo.

Por isto, falo com meus átomos de modo frequente, num monólogo instrutivo e confortador, pois juntos – eu e eles -, estaremos perene e eternamente.

Lidar com histórias do passado, como neste blog, tem sido uma bela experiência e tem nos ensinado ter a humildade benigna.

Até mais...