Retomando historietas das crônicas ESSES OLHOS VIRAM, relembro o início da década de 50. O costume dos açougues em cada bairro.
Acanhados, escuros e algo fétidos, abasteciam às donas-de-casa diariamente com este artigo de luxo para a época - a carne -. Verdadeiros cirurgiões, os açougueiros tiravam das carcaças, em malabarismos estonteantes, nacos do melhor músculo em segundos. Se alguém solicitasse um pedaço com osso, manobravam a serra manual com um olhar enviesado para o cliente, como se serrando o braço ou a perna do desditoso.
Geralmente solícitos estes heróis fizeram parte do crescimento da sociedade brasileira.
Era nossa obrigação conhecer cada tipo de corte ou denominação - além do uso final -. Acém, alcatre, filés - duplo,simples ou mignon -, agulha, ponta-de-peito, coxões - mole, duro, de dentro ou de fora -, paleta, tatú, músculos para se moer na hora e assim por diante. Os miúdos também eram parte desta arte.
Certo dia estávamos na fila, aguardando a vez, quando uma senhora pediu: 'Sr. Alfredo - nome do açougueiro -, o senhor tem peito?'
Um silêncio constrangedor invadiu o ambiente.
O franzino Alfredo olhou-se e complacente respondeu: 'POUCO... MAS TENHO' Caímos todos na gargalhada...
Imaginem pedir por uma rabada então!
Até mais...
quarta-feira, 29 de junho de 2011
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