sexta-feira, 21 de maio de 2010

CCL - O Leão e a Lebre


Bom dia a todos! A fábula de hoje é sobre o conceito mais debatido nos dias atuais. Traz uma verdade insofismável. Repetida com os mais diversos personagens,o seu final é sempre o mesmo, ou seja, perderemos tudo, se o 'tudo' quisermos. Até mais...

CCL - O Leão e a Lebre

Um Leão encontrou uma Lebre que estava levemente adormecida. Estava prestes a agarrá-la, quando um jovem cervo trotou ali por perto. O Leão resolveu persegui-lo. A Lebre despertando com ruído das patas em corrida, assustada, acordou e disparou fugindo a toda velocidade. O Leão viu-se incapaz de uma perseguição, para pegar o Cervo, resolveu voltar e se alimentar com a Lebre. Ao ver que a Lebre também tinha escapado, disse, "Sou castigado justamente por ter deixado ir a comida que estava em minhas garras, pela oportunidade de obter mais”.

Moral:

"Quem tudo quer tudo perde!".

sábado, 15 de maio de 2010

CCXLIX - O Rato e o Touro



Bom sábado amigos! A fábula de hoje quer mostrar que os fracos têm sua hora da vitória contra os fortes. Não se indica sermos sempre 'prevalecidos', pois a reversão tarda, mas não falha. O ideal é equilibrar as coisas.

Até mais...



CCXLIX - O Rato e o Touro



Um Touro foi mordido por um Rato e, enfurecido pela ferida, tentou pegá-lo. Mas o Rato alcançou a sua toca em segurança. Mesmo o Touro escavando com os seus chifres, cansou-se antes de poder apanhar o Rato e se agachando, foi dormir ali perto. O Rato espiou para fora, rastejando furtivamente subiu o flanco da fera e o mordendo-o novamente, correu ao seu abrigo. O Touro ficou enfurecido e não sabendo o que fazer, ficou tristemente perplexo. Então o Rato disse, "O grande não pode prevalecer sempre. Há tempos em que o pequeno e humilde é mais forte para fazer estragos".

Moral:

“Os fracos também têm vez.”.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

As beatas do meu bairro

  • Bom dia amigos! Em sincera recordação, hoje escrevo algumas linhas para àquelas mulheres que me impressionaram pela fé e dedicação aos rituais da crença.
Está aí o retrato de tantos interiores da colônia italiana. Até mais...


As beatas do meu bairro – Accorsi JC

Cansado, sentado – lembranças -,
Senhor alquebrado – recordando -,
Infância distante - remembranças -
Correndo, a jogar - observando -.

De um lado do bairro saíam:
Realda, Anunciata e Geni,
Do lado oposto, vinham:
Antonia, Pina e Suely.

Juntas a meio caminho,
Quebravam a rota, como a cruz,
Em marcha lenta, iam ao templo,
Terços nas mãos, na fé diziam: ‘Ave, Jesus!’.

Pensavam do dia a comilança,
Transfigurando os traços faciais.
Hoje o idoso - então criança -,
Sabe bem dos serenos rituais.

Mais crentes que muitos padres,
Já foram elas todas chamadas,
Hoje são etéreas comadres,
Sem ter vidas cansadas.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Gótico

Bom dia amigos! Hoje editarei um poema às dores do viver. Mas como é bom viver, apesar das dificuldades. Já diziam os antigos: "Viemos ao Universo sozinhos e partimos sós."

Ou seria que sempre estivéssemos aqui? As transformações não são de nossa alçada, pois viver as dimensões desta complexidade que é a vida só admite uma opção: VIVENCIAR.

Até amanhã, com mais fábulas...

Gótico – Accorsi JC


Nas casas cansadas,

Os corpos moídos,

Em lutas diárias,

Sentidos obstruídos.


Pensamentos torcidos,

Em duras cruezas,

Olhares perdidos,

Buscando belezas.


Dor na vida, dor na morte,

Dor amarga do nascer,

Do crescer e ser forte,

Da despedida, no jazer.


Procuramos sempre o belo,

Tentamos sempre o ideal,

Surge o sempre singelo,

Caímos sempre no real!


Restando só o dorido,

Nada para aliviar,

Só temor e sofrido,

Morrer, é descansar!


Mas bom é viver, mesmo cansado,

Até cercado de solidão,

Pois além do viver, até medrado,

Só resta a escuridão.


quarta-feira, 12 de maio de 2010

CCXLVIII - O Filósofo, as Formigas e Mercúrio

Olá todos!

Nossas boas-vindas ao seguidor Reccanello. Sinta-se em casa amigo. A fábula de hoje é síntese do confronto entre a capacidade do julgamento e o juízo. Em causa própria, todos somos verdadeiros juristas. Bom pensar...

Até amanhã.



CCXLVIII - O Filósofo, as Formigas e Mercúrio

Um Filósofo testemunhou da costa, o naufrágio de uma nau, onde toda a tripulação e os passageiros se afogaram. Ele bradou contra a injustiça de Providência que por causa de um vento adverso soprando nas velas - por acaso - de uma nau, permitiu que tantas pessoas inocentes perecessem. Como estava imerso nestas reflexões, repentinamente viu-se cercado por um exército de Formigas, já que estava parado e próximo de ninho delas. Algumas delas subiram e o morderam e ele as pisoteou imediatamente, matando-as com suas pisadas. Mercúrio se apresentou e golpeando o Filósofo com sua vara, disse, "Como você se faz juiz dos meus procedimentos pela Providência, se ages de maneira semelhante ao tratar estas pobres Formigas?".

Moral:

“Juíz em causa própria, é julgado por seu juízo!”

terça-feira, 11 de maio de 2010

CCXLVII - O Dono e seus Cães




CCXLVII - O Dono e seus Cães

Um homem ficou detido por uma tempestade em sua casa de campo. Para seu sustento, matou uma ovelha em primeiro lugar e depois abateu as suas cabras, para a manutenção do alimento. A tempestade que ainda continuava não dando sinais de querer parar, obrigando-o a abater os bois que lhe aravam a terra. Ao ver isto, os Cães dele tomaram a deliberação e disseram: “Já é tempo de cairmos fora, pois se o nosso dono não poupa nem seus bois, que trabalhavam duro para o seu ganho, como poderemos esperar que ele nos poupe”? '

Moral:

"Não será confiável como amigo, quem maltrata sua própria família".

segunda-feira, 10 de maio de 2010

CCXLVI - Os Rios e o Mar

CCXLVI - Os Rios e o Mar

Os Rios se uniram para reclamar do Mar, dizendo, "Por que quando fluímos em suas marés com águas doces e potáveis, você trabalha para provocar mudanças e nos faz salgados e impróprios para beber?". O Mar, percebendo que eles pretenderam lançar a culpa nele, disse, "Por favor, deixem de fluir em mim e então vocês não serão salgados

Moral:

“Quem pode mais, chora menos”!". .

quarta-feira, 5 de maio de 2010

'Lágrimas de Homens'


Olá amigos! Hoje apenas uns versos feitos em homenagem ao homem - chorão ou seco como o sertão -. Amanhã voltaremos com as fábulas. Até lá...




Lágrimas de Homens - Accorsi JC



Macho, macho - dizem - não chora,

Homem que é homem, içe chora soluça.

Macho que é homem ignora,

Homem que é macho oculta.


Macho não macho, se esconde,

Homem não homem, lacrimeja,

Macho não homem, arrepende,

Homem não macho, gorgoreja.


Todos enfim, aflitos - choram,

Só em tamanhos, elas mudam,

Nuns, elas copiosas afloram,

Em outros, míseras exsudam.



terça-feira, 4 de maio de 2010

CCXLV - Os Ratos e as Doninhas

CCXLV - Os Ratos e as Doninhas

As Doninhas e os Ratos empreenderam uma guerra perpétua entre si, na qual muito sangue foi derramado. As Doninhas sempre eram as vencedoras. Os Ratos pensaram que a causa das suas freqüentes derrotas era não terem nenhum general líder no exército que os comandasse e que eram expostos aos perigos pela falta de disciplina. Eles escolheram então como líder um Rato que era muito renomado, com força e deliberação, como também a maioria notou a sua coragem na briga, de forma que eles poderiam ser mais bem ordenados na batalha e poderiam ser formados em tropas, regimentos, e batalhões. Quando tudo isso era aprontado, o exército ficou disciplinado e o Rato líder proclamou guerra, desafiando as Doninhas. Os generais recentemente escolhidos colocaram em suas cabeças uma palha, pois poderiam ser mais bem distinguidos das suas tropas. Logo iniciada a batalha, uma grande derrota subjugou os Ratos e eles debandaram tão rápido quanto eles puderam, fugindo para suas tocas. Os generais, não podendo entrar por causa dos ornamentos nas suas cabeças, foram todos capturados e comidos pelas Doninhas.

Moral:

"Quanto maior a honra, maior o perigo!".

segunda-feira, 3 de maio de 2010

CCXLIV - A Andorinha, a Serpente e o Tribunal de Justiça





CCXLIV - A Andorinha, a Serpente e o Tribunal de Justiça


Uma Andorinha voltando do estrangeiro tornara-se especialmente de apaixonado por morar com os homens e construiu seu ninho na parede de um Tribunal de Justiça e lá chocou sete jovens pássaros. Uma Serpente que descobriu o ninho no buraco da parede, foi até lá e comeu a ninhada ainda incapaz de voar. A Andorinha, encontrando o ninho vazio, lamentou-se profundamente grandemente e exclamou: "Que estranha aflição para mim, neste lugar onde todos os direitos dos outros são protegidos, equivocadamente, só eu devo sofrer".


Moral:


"Quem pode mais, chora menos!".